Instituição particular de solidariedade social luta por manter uma missão que «não conta com qualquer apoio do Estado»
Évora, 22 dez 2017 (Ecclesia) – A Associação ‘Paz e Pão’, instituição particular de solidariedade social sem fins lucrativos em Évora, promoveu esta sexta-feira um almoço de Natal para mais de 100 pessoas carenciadas naquele território alentejano.
O projeto, retratado na edição mais recente do ‘Semanário ECCLESIA’ sobre tradições de Natal nas dioceses, remonta ao ano 2000 e “hoje já é uma tradição na cidade eborense”.
Para o arcebispo de Évora, presença já assídua nesta iniciativa, o almoço “é apenas um símbolo do que acontece no ano inteiro, com um grupo de pessoas, com alma cristã, que se compadece daqueles que se encontram em maiores dificuldades”.
“Esta tradição mantém-se e bem, porque é uma forma de chamar a atenção da população para os mais carenciados e ao mesmo tempo para dizer a estes que há pessoas que querem ajudá-los e que nessa ajuda querem exprimir o seu sentido cristão da vida”, realça D. José Alves.
Na origem deste almoço solidário esteve uma das fundadoras da associação ‘Paz e Pão’, Maria Teresa Caetano, que em 2000 “decidiu celebrar a quadra natalícia com um grupo de imigrantes de Leste que viviam em Évora”.
Dois anos depois, em 2002, Maria Teresa Caetano com outros membros da comunidade cristã local concretizou esse esforço solidário com a criação da associação ‘Paz e Pão’, “que desde há quase 16 anos tem servido os mais carenciados, proporcionando-lhes uma refeição quente diária”.
Atualmente são 110 os utentes, mas de acordo com Ana Martins, assistente social da associação ‘Paz e Pão’, os números já foram superiores, em especial durante a crise económica que atingiu o país.
“Há dois anos e meio fornecíamos 150 refeições diárias e chegámos a ter lista de espera”, frisa aquela responsável.
Por dia, a instituição fornece aos seus utentes, incluindo famílias com crianças, “um almoço completo e um complemento para o jantar, o que representa cerca de 220 refeições”.
Na ementa do almoço solidário deste ano esteve, de acordo com o gabinete de comunicação da Arquidiocese de Beja, “uma canja de peru, feita pela Associação, com bacalhau e lombo, oferecidos pelos hotéis da cidade, e doces oferecidos por pastelarias locais”.
No programa houve ainda espaço para “prendas para os mais pequenos” e muita animação, proporcionada pelo grupo ‘Vozes dos Canaviais’ e por dois jovens do movimento CVX”.
Todo este trabalho conta com o apoio de um grupo de voluntários da Associação ‘Pão e Paz’ e de várias empresas da região.
Sem estas ajudas, a ‘Paz e Pão’ não conseguiria levar por diante a sua missão, uma vez que “não recebe qualquer apoio do Estado, realça Ana Martins, que expressa ainda um desejo:
Que “2018 seja melhor do que 2017, porque estamos atualmente a passar por muitas dificuldades”, alerta aquela responsável.
JCP