Arcebispo assume aposta na pastoral vocacional e no acolhimento dos imigrantes
Évora, 10 set 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, considera que tem havido um investimento “muito grande” na pastoral vocacional naquela arquidiocese e vão receber pela “primeira vez” seminaristas de Cuba.
“Temos também seminaristas vindos, pela primeira vez de Cuba, e que vão fazer aqui a sua formação, assumida pela arquidiocese, quer no seminário, quer no Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE), e vão permanecer de 5 a 10 anos, depois, ao serviço da diocese, como uma forma de recompensar o nosso investimento”, disse à Agência ECCLESIA D. Francisco Senra Coelho.
A Província Eclesiástica de Évora (Beja, Évora e Faro) teve um triénio vocacional e esse desafio despertou consciências e animou novas realidades.
A Arquidiocese de Évora recebe seminaristas de “vários países da lusofonia” e o seminário passará “de 9 para 24 alunos” e o ISTE “terá, talvez, perto de 40 alunos”, acrescenta o arcebispo.
A dimensão religiosa e vocacional é “muito interessante” e as congregações e ordens que têm uma dimensão vocacional, orante e monástica, “continuam a receber muitas vocações”, sublinhou D. Francisco Senra Coelho.
Para além do dinamismo vocacional neste território alentejano, o arcebispo de Évora salienta que existe uma reconfiguração geográfica “muito acentuada” naquela região do país.
A Barragem do Alqueva tornou a paisagem com cores “mais verdejantes” e isso colocou “novas populações para o tecido social, há mesmo, digamos, uma mutação demográfica significativa”.
Esta transformação exige da Igreja “uma grande atenção” porque “chegamos às paróquias e encontramos cristãos vindos dos PALOPs, encontramos uma presença muito significativa de timorenses, de brasileiros, temos que dar uma atenção redobrada a esta questão das migrações, do acolhimento, da inserção dos católicos vindos das comunidades católicas, quer do Oriente, quer também da África e do Brasil”, apontou.
Para os próximos dois anos, a pastoral da Arquidiocese de Évora vai estar centrada no “peregrinar na esperança”
A esperança preenche o coração, “alonga o horizonte do olhar” porque “queremos ser no mundo este sinal que convoca para a paz, este sinal que constrói com o Papa Francisco uma nova perspetiva de coração humano”, frisou o arcebispo de Évora.
O alentejo “é rico” em santuários e estes locais vão ter uma “dimensão muito específica” neste trajeto.
Esta caminhada da esperança vai ter também “envolvimentos” com ações concretas na caridade.
“Queremos fazer uma campanha para passar da esperança à solidariedade, ou seja, que a solidariedade seja esperança”, esclareceu D. Francisco Senra Coelho.
LFS