Évora: Arcebispo refletiu sobre as palavras de Jesus na cruz que «convidam à confiança e ao amor»

«O perdão não é um mero sentimento, mas uma decisão e, sobretudo, uma atitude» – D. Francisco Senra Coelho

Évora, 18 abr 2025 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora disse que as novas gerações “podem e devem ser protagonistas da construção da humanização e da civilização de Paz”, na Paixão do Senhor, onde refletiu sobre as últimas palavras de Jesus na cruz.

“As palavras de Jesus na cruz, convidam-nos à confiança e ao amor, enquanto Filhos de Deus repletos do Espírito Santo. Os evangelistas mencionam sete palavras de Cristo na cruz. Nelas descobrimos o quanto Deus Pai nos amou até entregar o seu Filho à morte para nos fazer filhos n’Ele”, disse D. Francisco Senra Coelho, na Sé, na homilia da celebração enviada à Agência ECCLESIA.

Na primeira palavra – «Perdoa-lhes Pai, porque eles não sabem o que fazem!» (Lc 23,34) -, o arcebispo de Évora começa por explicar que São Lucas é “o evangelista da misericórdia e do perdão”.

“O perdão é para o futuro, não só para o que passou. O perdão não é um mero sentimento, mas uma decisão e, sobretudo, uma atitude. O perdão constitui um bem mais forte do que um mal. A sua atitude fundamental deve ser entendida como: ‘eu quero a paz’; ‘eu quero perdoar’”, desenvolveu.

No âmbito do Ano Santo 2025, o 27.º Jubileu ordinário da Igreja Católica, D. Francisco Senra Coelho lembra que diz “insistentemente” que precisam de “olhar para o futuro com esperança, num compromisso com uma promoção integral da Pessoa Humana”, e assinala que “é necessário ajudar as crianças, os adolescentes e os jovens a desenvolverem uma personalidade de paz”.

“No respeito pela sacralidade da outra pessoa, a cultivarem a força interior para construir o bem comum, mesmo quando isso custa sacrifício e diálogo e exige a reconciliação e o perdão. O Bem Maior da Paz e da harmonia merecem esse sacrifício. Não basta constatar, é necessário e urgente agir, construir, semear diariamente o futuro!”, desenvolveu.

“Basta de notícias e comentários de actos de violências, sem reflexão séria sobre o que fazer e como promover a educação para o respeito mútuo, a tolerância e o acolhimento das diferenças bem como os gestos geradores de paz”, acrescentou, indicando que as novas gerações “podem e devem ser protagonistas da construção da humanização e da civilização de Paz”.

O arcebispo de Évora explicou, por exemplo, que a quinta palavra de Jesus na Cruz – «Tenho sede!» (Jo 19,28) – é um grito que “manifesta a humanidade do Senhor no meio de terríveis sofrimentos, pois asfixiava-se na cruz”.

“Também tem sede do nosso amor. A Sua glória, a irradiação do seu amor é a nossa adesão na Vida Nova que nos oferece, através do sim da nossa Fé”, observou.

Foto: Graziella Camara/Comunidade Canção Nova – Évora

Já sobre a sétima e última palavra – «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23,46) – D. Francisco Senra Coelho destaca que Jesus “morreu como homem, voluntariamente, da mesma forma que alguém sofre uma pena para a afastar de outra pessoa”, “uma morte que o amor vencerá”.

O arcebispo de Évora indicou que as primeiras e últimas das sete palavras “dirigem-se ao Pai, bem como a quarta palavra, colocada no centro da equação setenária”, como grito de abandono e de confiança.

“Contemplar estas palavras derradeiras juntamente com Maria, Mãe e filha da Igreja é viver o mistério da Cruz com Aquela que é Mãe e Discípula do Seu próprio Filho”, referiu D. Francisco Senra Coelho, na introdução da homilia da celebração da Paixão do Senhor.

CB

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