Évora: Arcebispo pede um «Natal de verdade» e alerta para «caricatura pobre e deformada consumista e mercantilista»

D. Francisco Senra Coelho partilha «algumas interrogações» de âmbito social que parecem «assumir transversalmente as preocupações de muitos»

Évora, 19 dez 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirma que “todos” merecem e precisam que “haja Natal de verdade”, e pede “prioridade às crianças e adolescentes” e alerta para a “caricatura pobre e deformada” de um Natal consumista e mercantilista.

“Atrevo-me a sugerir a todos os pais e encarregados de educação que não privem as crianças e adolescentes das belezas que os pastores das campinas de Belém puderam saborear junto ao Presépio”, escreve D. Francisco Senra Coelho, na mensagem de Natal enviada à Agência ECCLESIA.

O arcebispo de Évora afirma que todos merecem e precisam “que haja Natal de verdade”, e, nesse sentido, pede “prioridade às crianças e adolescentes”, mas que não lhes leguem “a caricatura pobre e deformada de um Natal meramente consumista e mercantilista”.

“Abramos as portas do verdadeiro Natal às nossas crianças: Jesus Cristo, nos seus valores e propostas, é a Esperança de um mundo novo, pleno de humanização! Jesus Cristo, nascido em Belém, terra do Pão, eis o motivo do Natal! Não fechemos as portas da beleza do Natal aos que, mais do que ninguém, merecem viver em Esperança.”

Para D. Francisco Senra Coelho uma das oportunidades para que cada criança e adolescente “possa sentir o bater do coração do Natal”, talvez, seja ir com os pastorinhos de Belém até ao Presépio e “acenderem a fogueira fraterna da amizade, capaz de aquecer o frio e iluminar a noite numa inesquecível catequese de vida e para a vida”.

Na mensagem Natal, intitulada ‘A Esperança não engana’, o arcebispo de Évora partilhou “algumas interrogações”, que parecem assumir “transversalmente as preocupações de muitos”, como a “fragilidade da Paz e alastramento ameaçador da guerra, com dimensão global”, as “grandes mutações populacionais”, a ecologia global e as alterações climáticas.

“Aos novos equilíbrios geo-estratégicos e hegemónicos, que já se desenham e perspectivam; aos diversos e antagónicos radicalismos, que eivados de excessos já dolorosamente comprovados pela História, desafiam ou põem mesmo em causa as culturas politicamente dominantes, chamadas ‘Democracias’”, acrescenta.

D. Francisco Senra Coelho destaca também “apreensões” no território da arquidiocese católica presente no alto-Alentejo e Ribatejo, com 158 paróquias e “mais de 255 mil habitantes” em quatro distritos, como “o constante envelhecimento populacional” e despovoamento, e salienta os “injustos desequilíbrios provindos de uma ineficaz política do ordenamento do território”, a integração dos imigrantes, que necessitam, e como evoluirá o “atual sucesso” do turismo, que é “tão importante para a atual sustentabilidade da Região”.

“De todos os quadrantes e sectores percebeu-se a necessidade de um valor acrescido, a Esperança; Que a semente do Natal faça frutificar a Esperança do Amor de Deus que não ilude, nem nos abandona; no coração e na mente de todos nós, sobretudo nos que, porventura, mais sofrem: os sós, os presidiários, os desprotegidos, os discriminados, os frágeis, os doentes, os dependentes e acima de tudo os desistentes e derrubados da vida”, desenvolveu.

Na mensagem de Natal, para todos os cristãos e cristãs da Arquidiocese de Évora, e todas as pessoas de boa vontade, D. Francisco Senra Coelho agradece a quem guiado “pelo sussurro da Esperança”, consolida ou acende “a esperança apagada nos seus irmãos”.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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