Évora: Arcebispo fala em «novos pobres» por causa da crise

D. José Alves aborda atualidade e apela à participação nas eleições de 29 de setembro

Évora, 17 set 2013 (Ecclesia) – D. José Alves, arcebispo de Évora, disse à Agência ECCLESIA que a atual crise económica em Portugal tem provocado “muitas preocupações” aos responsáveis locais e gerou “novos pobres”.

“A grande novidade desta crise que estamos a viver são o que podemos chamar de novos pobres, aqueles que de um momento para o outro perdem o emprego, perdem os meios de subsistência e vivem situações aflitivas, sobretudo porque contraíram compromissos a contar com as receitas que consideravam garantidas”, explicou.

As instituições da Igreja, como a Cáritas Diocesana de Évora e os centros sociais e paroquiais, tentam responder às solicitações de quem os procura com os meios que têm disponíveis.

“Há certas situações que os meios diocesanos não têm hipótese de resolver e esses são mais confrangedores”, assinalou o arcebispo de Évora.

No dia 29 de setembro, a sociedade portuguesa é chamada a um novo escrutínio para as câmaras municipais e para as juntas de freguesia e o apelo do arcebispo é “que ninguém deixe de votar”, a nível nacional e na arquidiocese de Évora em particular.

“Eu considero que um dos maiores males que existem em Portugal, a esse propósito, é a abstenção” explica o responsável diocesano.

“O não votar é uma atitude de descomprometimento e ao mesmo tempo, em termos políticos, quem não vota, sempre dá uma oportunidade ao seu adversário, aqueles que eventualmente nos agradariam menos”, observou D. José Alves.

No início do ano escolar, o prelado referiu, por outro lado, a instabilidade, “um dos maiores problemas da escola tem em Portugal”.

“De ano para ano, a escola vive sempre confrontada com novas orientações, com novos modelos, novos manuais e nem os professores nem os pais sabem com o que podem contar”, sublinha.

Para além desta situação, os professores sem colocação nas escolas são outra preocupação porque aumentarão o número de desempregados: “Esse é um flagelo do nosso país a que seria bom que o Governo estivesse atento e pudesse evitar ou pelo menos tornar menor”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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