«Não nos esmaga, morre connosco, ao nosso lado, como um livro aberto de amor, para se quisermos o lermos» – D. Francisco José Senra Coelho

Évora, 14 abr 2025 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirmou que “a oração de Jesus na cruz revela um amor incondicional que transcende a condenação humana”, na homilia da Missa de Ramos, que presidiu, este domingo, dia 13 de abril, na catedral.
“Não nos encontramos aqui para admirar alguém que foi importante, saliente, um notável. Não verificamos um arquivo de notabilidade, um museu de grandiosidade, mas encontramo-nos com o amor, presença, sinal do amor eterno de Deus”, disse D. Francisco José Senra Coelho, na homilia enviada à Agência ECCLESIA, pela Arquidiocese de Évora.
O arcebispo de Évora explicou que se encontravam com alguém que “é contemporâneo, que continua a ser hoje de salvação”, e destacou que a oração de Jesus na cruz “revela um amor incondicional que transcende a condenação humana”, e que mostra a largueza infinita da misericórdia de Deus.
“O encontro humilhante com Herodes e, sobretudo, a oração de Jesus na cruz, – ‘Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem’ – revela um amor incondicional que transcende a condenação humana, e que nos mostra, de facto, a largueza infinita da misericórdia de Deus; em todo o processo sente-se força do silêncio diante do mal, dos ataques inimigos, das humilhações e do desprezo dos arrogantes”, desenvolveu.
D. Francisco José Senra Coelho salientou que Jesus se assume como servo “e não faz nenhum sinal que transcenda a dimensão humana, recorrendo à sua divindade para se impor”, e é assim que em liberdade são “sempre amados no seu respeito”.
“Jesus fala-nos sempre numa dimensão racional. Podemos percebê-lo racionalmente, mas jamais se impõe pela sua divindade à nossa humanidade, à nossa capacidade, não nos esmaga, morre connosco, ao nosso lado, como um livro aberto de amor, para se quisermos o lermos”, acrescentou o responsável diocesano.
Em Évora, o arcebispo presidiu à bênção dos Ramos, na igreja da Misericórdia, seguindo-se a procissão para a catedral onde celebraram a Eucaristia de Domingo de Ramos.
A Igreja Católica iniciou, com a celebração dos Ramos, a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, que assinala a ressurreição de Cristo, a mais importante festa do calendário católico.
CB/OC