Évora: Arcebispo destaca importância da passagem dos símbolos da JMJ para «despertar» comunidades católicas (c/fotos)

D. Francisco Senra Coelho afirma que «os jovens sentem a necessidade de uma esperança segura»

Évora, 31 jan 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirmou que a peregrinação da cruz e do ícone de Nossa Senhora na diocese, durante o mês de janeiro, foi a “experiência forte” de se sentir interpelada e entrar em “dinamismo de Jornada Mundial da Juventude”.

“Diria que veio despertar, ao mesmo tempo, chamar, convidar e apelar, e teve como consequência unir as nossas comunidades visitadas, cerca de 32 unidades pastorais com visita às paróquias em vários casos”, disse D. Francisco Senra Coelho, este domingo, em declarações à Agência ECCLESIA.

Segundo o arcebispo de Évora, a peregrinação dos dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) nesta Igreja local, de 31 de dezembro a 30 de janeiro, foi a “experiência forte de se sentir interpelado e entrar em dinamismo” do encontro mundial de jovens, que se vai realizar em Lisboa, em 2023.

“Acredito que surjam uma rede de grupos juvenis paroquiais, uma revitalização dos movimentos juvenis, que são vários na arquidiocese, e acredito também que vai ser crescente esta onda”, desenvolveu.

Segundo Lusitana Cambulo, da Paróquia de Samora Correia, este mês foi “muito gratificante para muitos jovens”, porque muitos estavam “um pouco inseguros, tinham outros caminhos”, e a chegada dos símbolos fez com que ficassem “mais consistentes na fé”.

“Ficamos muito entusiasmados, não tínhamos grupo de jovens e agora pensamos em ter para manter esta sede que temos e não se apagar o fogo”, disse a jovem de 18 anos.

À Agência ECCLESIA, o padre Fernando Lopes, responsável pelo Departamento da Pastoral Juvenil de Évora, afirmou que o “balanço é extremamente positivo”, a Igreja diocesana estava a “precisar deste dinamismo destes símbolos”, e presenciou “um revitalizar das paróquias, dos grupos de jovens”.

“Não sabemos bem a importância desta peregrinação na nossa diocese, exteriormente, vamos percebendo que há um grande dinamismo, uma grande aceitação e que os jovens querem muito fazer caminho. Interiormente, creio que os frutos estão muito para além do que imaginamos”, salientou.

O sacerdote presenciou cenas de pessoas a “querem tocar, emocionadas, com os símbolos”, e isso é o “grande fruto espiritual que ficou”, existiu “uma grande alegria, uma grande festa, um grande entusiamo” à volta dos símbolos da JMJ.

“Temos os jovens animados, as paróquias estão muito dinamizadas, e sobretudo sensibilizadas para esta necessidade de nos mexermos, criarmos estruturas para acolher mas sobretudo vivermos também estas jornadas que queremos que sejam especiais para nós”, desenvolveu o padre Fernando Lopes.

 

Para o arcebispo de Évora, fica a certeza de que “os jovens sentem a necessidade de uma esperança segura”, e, desde que os símbolos chegaram à arquidiocese, até este domingo, “foi sempre crescente”.

“Surpreendeu absolutamente tudo, superou o que poderíamos imaginar, juntaram-se pequenas multidões, congregou famílias, filhos, pais, avós, os jovens foram inexcedíveis, e aquilo que se passa no coração faz querer que seja uma luz nova de esperança”, observou D. Francisco Senra Coelho, que presidiu à Missa de encerramento na igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, onde entregaram os símbolos à Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

João Palma refere que receber os símbolos foi perceber que os jovens se têm de pôr a caminho e fazer parte da “grande comunidade” que já recebeu a crua e o ícone de Nossa Senhora e “estar em comunhão com toda a Igreja e com o próprio Papa”.

“Há um caminho a percorrer até às jornadas e é também um caminho da nossa vida, que não vai terminar nas jornadas; Pela manifestação de jovens que vemos, e pessoalmente pensando que não seria possível uma movimentação tão grande, é perceber que os jovens estão interessados e têm sede de Jesus”, acrescentou o jovem advogado estagiário, natural de Évora e a trabalhar em Lisboa.

Este domingo, no último dia de peregrinação na Arquidiocese de Évora, os dois símbolos visitaram o Seminário Maior, e acompanhados por um grupo Motard foram aos Bombeiros, à PSP e GNR, antes de passarem pelos Paços do Concelho, onde foram recebidos pelo presidente do município, que manifestou disponibilidade para a JMJ e já conversou com o arcebispo.

“Vamos receber em Évora alguns milhares de jovens em 2023, acompanharemos as jornadas que se irão realizar no país e procuraremos recebê-los aqui da melhor maneira mostrando que estamos numa cidade aberta, uma cidade de cultura, uma cidade que quer construir esse futuro mais grandioso, mais justo, para os jovens”, disse Carlos Pinto de Sá, à Agência ECCLESIA, assegurando que vão dar “todo o apoio a estas jornadas”.

CB/OC

‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1, 39), do Evangelho de São Lucas, é o lema que o Papa Francisco escolheu para a JMJ, que Portugal vai receber pela primeira vez.

Raquel Murcho, da Paróquia eborense de São Brás, Évora, e membro do Departamento da Pastoral Juvenil de Évora, foi responsável pela comunicação da peregrinação dos símbolos e destaca que tiveram “uma grande colaboração dos responsáveis de cada paróquia”, com envio de fotografias, vídeos, dos vários momentos.

“Apostamos muito na comunicação nas redes sociais. Hoje para estar tanto com os jovens e a população em geral têm um impacto muito grande. É uma forma de chegar e mostrar não apenas as cerimónias, as igrejas bem decoradas, mas proporcionar este encontro nem que seja por uma fotografia ou um vídeo”, desenvolveu.

A jovem de 26 anos nunca participou numa edição internacional da JMJ e foi “uma grande alegria” ver que a passagem da cruz peregrina e do ícone de Maria “pode ser um momento de ânimo, de crescimento e coragem” para o futuro.

 

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