Évora: Arcebispo desafia crismados a construir «um mundo melhor, onde não haja seres humanos descartados como objetos e como coisas»

D. Francisco Senra Coelho presidiu à Missa na Solenidade de Pentecostes, onde ministrou os sacramentos de iniciação cristã

Foto: Arquidiocese de Évora

Évora, 11 jun 2025 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora presidiu no passado domingo à Missa na Solenidade de Pentecostes, na catedral da cidade, na qual ministrou os sacramentos de iniciação cristã a três jovens adultos e o crisma a outras 56 pessoas, desafiando-os a construir um “mundo novo”.

Na homilia, D. Francisco Senra Coelho alertou para tantas atitudes e ações que promovem a guerra, a injustiça e situações tão dolorosas, em que “o ser humano fica abaixo de coisa”.

“Percebemos como é dolorosa a noite do mundo sem Deus, sem amor. O mundo imundo que se gera”, afirmou.

“Deixa que o Espírito Santo te inspire e te alente para fazermos um mundo novo, um mundo melhor, onde não haja seres humanos descartados como objetos e como coisas”, pediu o arcebispo de Évora a cada um dos crismados da Pastoral Universitária e de várias Paróquias da Vigararia de Évora.

D. Francisco Senra Coelho exortou à união e à promoção do respeito profundo uns pelos outros, “numa atitude de cooperação, procurando a unidade no serviço a uma Humanidade nova, humanizada, criada na tolerância e no respeito”.

Dirigindo-se aos crismados, o arcebispo de Évora realçou que, apesar de poderem pensar que aquele dia era “a conclusão de uma etapa, com o Sacramento da Confirmação”, “isso não corresponde à realidade”.

“Nós não nascemos católicos. Temos que ser iniciados à Fé e assumir, na nossa liberdade, essa mesma Fé. É isso que hoje estamos aqui a celebrar. Abrimo-nos ao Espírito Santo, para não irmos sós na vida, mas para nos acompanhar e ajudar a escolher bons caminhos”, destacou.

D. Francisco Senra Coelho frisou que tudo começava naquele dia: “Hoje é o começo da minha vida cristã com o Paráclito, o meu defensor e guia”.

Fazendo referência às leituras, D. Francisco Senra Coelho recordou que “pelo Paráclito, todos se entendiam na sua própria língua” e que “não eram necessárias legendas”.

“Assim deve ser a nossa vida com o Espírito Santo, deve precisar de poucas palavras e não precisa de propaganda nem de publicidade. Deve ser simples e cristalina como a água, onde se vê e descobre a profundidade do nosso coração que deve estar assente na justiça, na paz e no amor”, defendeu.

“A nossa vida com o Paráclito deve ser uma vida sem legendas, deve ser uma vida de testemunho”, sublinhou.

Segundo D. Francisco Senra Coelho, o Senhor deve servir-se da vida dos cristãos para construir o Seu reino, dando como exemplos tantas vidas que tornam presente o Reino de Deus.

“O Reino de Deus é humanizador e é humanizante. O Reino de Deus é onde a pessoa humana é o centro das atenções e de todos os desenvolvimentos”, indicou.

O arcebispo de Évora destacou o desafio que Jesus fez em que todos cultivem a relação com Deus, vinculando a vida com o Paráclito.

“Para que isto não seja uma ideologia, devo viver na coerência com a Palavra de Deus. Escutá-la, celebrá-la, comprometer-me com ela. Ser sorriso de Deus para os outros. Tenho que alicerçar o meu compromisso na relação com Deus, levando o espírito de Deus no meu coração”, referiu.

“Testemunhar. Por os meus dons ao serviço de Deus e do seu Reino. E levar o Paráclito em mim, alimentando a sua presença em mim, através da Palavra de Deus que escuto, que celebro na comunidade e que levo aos meus Irmãos com o testemunho da minha vida, são estes os desafios que a Palavra hoje nos lança”, desenvolveu.

LJ/OC

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