«A guerra é louca, é cega e diabólica! Só no amor de Deus seremos capazes de reconstruir a Paz» – D. Francisco Senra Coelho
Évora, 25 fev 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora condenou de forma “veemente” a guerra na Ucrânia e convidou a população do território alentejano a unir-se “numa oração unânime pela paz” a 2 de março, pelas 18h00, na igreja do Carmo.
Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, D. Francisco Senra Coelho refere que a comunidade católica local se une assim ao Papa Francisco e à Conferência Episcopal Portuguesa, em comunhão com as Conferências Episcopais da Europa.
O Papa convocou uma jornada de jejum pela paz para o próximo dia 2 de março, quando a Igreja Católica começa o período da Quaresma, com a celebração de Quarta-feira de Cinzas.
D. Francisco Senra Coelho pede a cada pároco que organize, nas Unidades Pastorais, “a celebração eucarística ou outro momento de oração”, cumprindo este “mandato do Papa”.
“Peço também que tudo façam para que se reze diariamente e em comunidade o terço do rosário a Nossa Senhora de Fátima, implorando a Paz para a Ucrânia e para o Mundo”, acrescenta.
Na mensagem, o arcebispo de Évora manifesta também união à comunidade ucraniana que reside na arquidiocese, com os padres Ivan Hudz e Taras Goyvanyuk, comprometendo-se a “permanecer na oração” com eles.
“A guerra é louca, é cega e diabólica! Só no Amor de Deus seremos capazes de reconstruir a Paz. Que Nossa Senhora do Rosário de Fátima interceda por nós, nesta hora dramática de retrocesso civilizacional para a Europa e para o Mundo”, concluiu D. Francisco Senra Coelho.
A Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira, alegando a necessidade de proteger os habitantes das províncias separatistas ucranianas, que reconheceu como independentes.
ONU, NATO, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, entre outros, condenaram a decisão russa.
O padre Ivan Hudz, que acompanha a comunidade Greco-Católica Ucraniana na Arquidiocese de Évora e na Diocese de Beja, presidiu a uma celebração de rito oriental bizantino para pedir o fim da invasão russa, esta quinta-feira, na igreja da Graça.
A Rádio Renascença informa que a celebração juntou “várias dezenas de ucranianos”, como Olga que vive em Portugal há 15 anos em Portugal e está muito preocupada com “a situação muito má na Ucrânia”, onde estes emigrantes têm as suas famílias, “mãe, pais, miúdos, netos”.
“Nós estamos em Portugal para as ajudar e esta situação de guerra, preocupa-nos muito”, acrescentou, indicando que a família vive em Ternopil, no oeste da Ucrânia, a cerca de 400 quilómetros da capital, Kiev, estão “em casa e preocupados”, com “uma mala preparada, com roupa e documentos, se precisarem de fugir”.
Em Portugal, o presidente da República, em consonância com o Governo, condenou “veementemente a flagrante violação do Direito Internacional pela Federação Russa” e apoiou a declaração do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “expressando total solidariedade com o Estado e o Povo da Ucrânia”.
Já o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, apelou ao regresso das negociações entre todas as partes.
CB/OC
Portugal: Conferência Episcopal manifesta solidariedade à Ucrânia (c/vídeo)