D. Francisco Senra Coelho pede que as famílias sejam «colo amplamente aberto» para quem chega de fora
Évora, 18 dez 2025 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora exortou hoje os católicos a viverem um Natal marcado por “gestos concretos” de solidariedade, alertando para a urgência de apoiar os idosos abandonados e os migrantes que procuram integração.
“Neste Natal do Ano Santo 2025, estejam presentes nas vossas famílias gestos concretos de afeto, presença e solidariedade para com os mais necessitados, porventura vossos vizinhos, conhecidos ou familiares, transfigurando em cada um deles o próprio Jesus nascido em Belém”, escreve D. Francisco Senra Coelho, na sua Mensagem de Natal, enviada à Agência ECCLESIA.
O responsável alerta que a celebração do nascimento de Jesus corre o risco de ser “banalizada e instrumentalizada” se não se traduzir numa atenção aos mais frágeis, evocando em particular a situação dos “idosos abandonados pela família”, das crianças e das pessoas com deficiência, bem como daqueles que vivem sós, quer em lares quer nas suas casas.
Numa região marcada por “mutações demográficas” e pela chegada de nova população, o arcebispo de Évora dirige um apelo específico ao acolhimento.
“Neste Alentejo Central e Ribatejo do Sul que constituem a nossa Arquidiocese, percebemos a mensagem de acolhimento hospitaleiro e pleno de humanidade que o presépio, sempre integrado na biodiversidade ecológica da natureza, concedeu aos pastores locais das campinas de Belém, e aos magos vindos de locais e culturas longínquas”, refere.
Eis o desafio dirigido à nossa geração, a cada um de nós, de sermos Natal para os que chegam e batem à nossa porta. Que em cada dia desta época nova, não sejamos Belém encerrada para Maria e José, mas presépio e colo amplamente aberto para pastores e magos.”
A mensagem evoca ainda o sofrimento provocado pelos conflitos internacionais, citando o Papa Francisco e o atual Papa, Leão XIV, para lembrar as vítimas na Ucrânia e em Gaza.
“Neste inverno, como não nos solidarizar, especialmente com as vítimas da guerra da Ucrânia e de Gaza na Palestina, com todos, mas sobretudo com as crianças, os anciãos e os frágeis?”, questiona o arcebispo, recordando que a Sagrada Família também conheceu a experiência da fuga e da carência.
A concluir, D. Francisco Senra Coelho desafia os cristãos de Évora a prosseguirem a caminhada do Ano Santo como “peregrinos de Esperança”, construindo uma sociedade onde os valores do Natal se vivam no “dia a dia”.
OC
