Évora: Arcebispo apela a «gestos concretos de compaixão e misericórdia»

«O nosso Deus não nos desilude», indicou D. Francisco Senra Coelho

Foto: Arquidiocese de Évora

Évora, 03 abr 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirmou que ser cristão é “assumir o compromisso de espalhar o amor de Deus” no mundo, concretizando-o em gestos de “cuidado dos pobres”, falando na homilia da Missa de Domingo de Ramos, a que presidiu na catedral diocesana.

“Jesus sobe até à cruz, abraça a dor e o sofrimento, porque o amor é tanto mais verdadeiro, quanto mais se realiza em gestos concretos de compaixão e misericórdia. Entre os muitos deveres do amor está aquele primeiro de estar ali, precisamente ali, onde está o amado”, disse D. Francisco Senra Coelho, numa intervenção enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O arcebispo de Évora declarou que “Deus não desilude” e a confiança que se deposita nele há de abrir “ao horizonte de alegria e de festa que a Páscoa do Senhor aponta”.

“Se Jesus nos convida à alegria e à felicidade, à conversão e à santidade, também desce à dor e ao sofrimento para nos ensinar a arte de estar ali onde o amor se faz mais exigente”, prosseguiu.

Segundo D. Francisco Senra Coelho, Jesus vai até ao sofrimento e à morte porque sabe que a “frágil humanidade” atravessa caminhos de dor e sofrimento, mas, com Jesus, também se aprende que a “dor e sofrimento” de cada um “se abrem à alegria pascal que a manhã de Páscoa há de trazer”.

 Sobre a terra, no meio dos nossos limites e fracassos, é tempo de caminhar humilde e confiadamente a estrada da fragilidade fortalecida pelo amor e pela graça e, um dia, havemos de compreender ou pelo menos entrever não o ‘porquê?’, mas o ‘para quê?’ destes tempos difíceis e exigentes”.

O arcebispo de Évora começou por explicar que a Liturgia da Semana Santa “inicia e termina com um Evangelho de festa, marcado pela alegria”, Jesus na entrada em Jerusalém “é aclamado com brados de alegria e jubilo” e, na Vigília Pascal (8 de abril) vão “escutar o solene anúncio da Ressurreição gloriosa”.

D. Francisco Senra Coelho destacou também os elementos que são “exclusivos” do evangelista São Mateus, como indicar que “tudo o que está a acontecer a Jesus foi previsto pelos profetas”, o “seu não à violência e ao uso das armas”, a narração dos “factos extraordinários que ocorrem com a morte de Jesus”.

“A Paixão segundo São Mateus dirige-se a uma comunidade de crentes que procura ler os acontecimentos à luz das Escrituras e da fé da Igreja”, salientou, na homilia da celebração que começou com a bênção dos Ramos, na igreja da Misericórdia de Évora, de onde saíram em direção à Sé.

Já esta segunda-feira, D. Francisco José convidou os cristãos para as celebrações do Tríduo Pascal, entre Quinta-feira Santa e sábado, na catedral de Évora.

“Conto com todos os que sentem a palavra Igreja. Esta é a nossa casa, esta é a sua casa, a Sé de Évora. Venha viver as celebrações do Tríduo Pascal. Santa Páscoa na sua paróquia, santa Páscoa na sua família, santa Páscoa para os doentes, para os sós, para os presidiários. Santa Páscoa para Évora”, disse o arcebispo, num vídeo, publicado online.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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