Évora: Arcebispo alerta para a tentação de «prescindir» de Deus na reabertura da igreja da Misericórdia

Templo esteve um ano encerrado para obras de requalificação e restauro

Foto Santa Casa da Misericórdia de Évora

Évora, 18 fev 2019 (Eccleia) – O arcebispo de Évora presidiu à Missa de reabertura ao culto da igreja da Misericórdia, um dos expoentes culturais e religiosos da cidade, e alertou para a tentação da sociedade “prescindir” ou “viver à margem de Deus”.

Na homilia da celebração, enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. Francisco Senra Coelho frisou que o mundo regido apenas “segundo os critérios ditos humanos, por vezes desumanos” é o mesmo que “proclama felizes os poderosos, os espertos, os que sabem tirar proveito dos outros”.

“Afinal em que critérios e valores se baseiam a nossa cidadania, o nosso ambiente familiar e o nosso compromisso humano?”, questionou o responsável católico, para quem “a lógica de Deus” vai em contracorrente a “esta lógica de Morte”.

A um paradigma de “exploração e descarte” que tantas vezes emerge e que tem como consequência, apontou o arcebispo de Évora, dramas humanos como a “solidão” e a “pobreza”.

“Só o Amor alarga os horizontes e nos transporta ao verdadeiro compromisso com a dádiva da vida e nos põe ao serviço da humanização”, frisou D. Francisco Senra Coelho, que destacou neste ponto o trabalho de instituições como a Santa Casa da Misericórdia de Évora, fundada em 1499 e responsável pela igreja da Misericórdia.

“Cabe-nos a nós Igreja mostrar o Amor de Deus aos desfavorecidos.  Nós somos o rosto do Amor de Deus para cada ser humano criado à imagem e semelhança de Deus. Por isso o Evangelho é positivo, leva-nos pelo caminho do Amor pela dádiva da vida”, salientou o prelado.

A primeira pedra da igreja da Misericórdia foi lançada em 1554, e entre o seu acervo cultural, o edifício integra um conjunto de painéis de azulejos que representam as 14 obras da misericórdia, espirituais e materiais, e uma representação a óleo da Virgem da Misericórdia.

O templo estava há cerca de um ano encerrado ao culto, devido a obras de recuperação e restauro que abrangeram o interior e o exterior do edifício, avaliadas em cerca de 520 mil euros.

O arcebispo de Évora fez votos de que a igreja da Misericórdia continue a ser um símbolo do apoio prestado às comunidades mais carenciadas da região, e que a Santa Casa da Misericórdia possa continuar firme na sua missão solidária junto das pessoas.

“A Santa Casa de Misericórdia não teme o futuro e tem futuro, pois a sua Missão são as pessoas, sobretudo as mais desfavorecidas. Saibamos todos merecer esta história de mais de cinco séculos e com o nosso sincero apoio acompanhá-la nos novos tempos”, exortou D. Francisco Senra Coelho.

JCP

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Agência ECCLESIA

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