Documento do Papa Francisco foi publicado há três anos
Évora, 05 abr 2019 (Ecclesia) – O responsável pelo Departamento da Pastoral da Família na Arquidiocese de Évora afirma que “o maior fruto” da exortação ‘Amoris Laetitia’’, três anos após a sua publicação é a “sensibilidade em relação aos pastores de acolher os casos e procurar encaminhá-los”.
“Um dos frutos maiores é que deixamos de encarar estas situações das roturas matrimoniais e das histórias de cada um uma espécie de tema geral onde se mete tudo no mesmo saco mas penso que se criou esta sensibilidade para cada caso é um caso, cada história é uma história”, disse o cónego Mário Tavares de Oliveira em declarações à Agência ECCLESIA.
Neste contexto, o sacerdote frisa que o acompanhamento de cada caso, “o estudo, a caminhada com cada caso” é, neste momento, “uma sensibilidade que os pastores têm e esse é o caminho”.
Na próxima segunda-feira, dia 8 de abril, assinalam-se três anos da publicação da exortação pós-sinodal do Papa Francisco, e o sacerdote eborense revela que vê a ‘Amoris Laetitia’’ como “um momento de um processo” que “foi de aprofundamento, de reflexão, de escuta” e resultado de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015) e da caminhada realizada, como os inquéritos aos católicos de todo o mundo.
Na Arquidiocese de Évora, recorda o cónego Mário Tavares de Oliveira, acolheram a exortação e o Conselho de Presbíteros dedicou-se “ao seu estudo e reflexão”, em torno das “questões novas e das perspetivas que se abriam” e tornaram “mais acessível” uma leitura da ‘Amoris Laetitia’, como nas reuniões de zona pastoral e nos meios de comunicação.
Fátima Godinho, que partilha com o marido a coordenação do Movimento de Casais de Santa Maria na Arquidiocese de Évora, sublinha que são “vários os grupos que na região vão trabalhando a exortação do Papa Francisco, em determinados momentos da sua caminhada”.
Para aquela responsável, a exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’ tem a grande vantagem de ir ao encontro de “questões de atualidade” que influenciam a “vivência em casal e em família”.
“É muito importante que vejamos que há uma Igreja unida e que há documentos que são unificadores e que nos despertam para as problemáticas e para as questões emergentes da sociedade hoje em dia, que não é a de há uns anos atrás”, acrescenta.
Sobre o trabalho que é feito pelo Movimento de Casais de Santa Maria junto dos casais no território eborense, Fátima Godinho frisa que neste momento este projeto “precisa de ser reerguido”.
“Neste momento estamos com dificuldades porque os nossos casais estão a atingir uma idade muito tardia, formaram-se há muitos anos muitos grupos e agora estamos numa fase em que esses grupos já estão a sentir que a idade não ajuda”, explica esta coordenadora.
Situações “de viuvez, de separação, de doença”, bem como um certo afastamento dos casais mais novos, são alguns dos principais desafios, pelo que neste momento a prioridade passa por tentar “atrair” os jovens casais.
“O testemunho e o contacto direto é fundamental. Transmitir que fazer parte destes grupos é bom para a família e é bom para o casal, que existe uma entreajuda, que as famílias têm aqui um suporte, esta vivência tem de passar para os casais mais desprotegidos e mais jovens”, aponta Fátima Godinho.
É também neste sentido que o Movimento de Casais de Santa Maria na Arquidiocese de Évora, em parceria com o Departamento da Pastoral da Família, vai promover no dia 13 de abril, no Seminário de Vila Viçosa, a partir das 10h00, uma Reflexão Quaresmal para Casais.
Para que “outros casais possam vir experimentar que é bom viver esta comunhão em família”.
O responsável pelo Departamento da Pastoral da Família assinala que têm “uma preocupação grande” na formação de leigos, onde se incluem os casais, e “há mais de 30 anos” que têm formação, depois “nas paróquias são solicitados para as diversas situações.
O programa da iniciativa inclui uma conferência com a teóloga Teresa Messias, da Universidade Católica Portuguesa, e as inscrições podem ser feitas até dia 8 de abril, pelo e-mail csmevora@gmail.com.
De acordo com Fátima Godinho, a participação neste evento em anos anteriores abre boas perspetivas.
“Quem faz uma vez geralmente nos outros anos quer repetir. Isto é um bom indicador de avaliação de que, de facto, as pessoas acham que vale a pena refletir em casal e com outros casais”, conclui aquela responsável.
JCP/CB
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