Arcebispo presidiu à Eucaristia na catedral da cidade, na Solenidade de Cristo Rei, culminando jornada jubilar dos movimentos eclesiais
Évora, 24 nov 2025 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora destacou este domingo a importância da fé para alcançar a paz, na Missa a que presidiu na catedral da cidade na Solenidade de Cristo Rei.
“A paz tão desejada torna-se frágil, fragilíssima no mundo sem fé. As ideologias sem Deus, prometendo escatologias de paraíso neste mundo acabam por terminar em aberrações de desumanidade, em gravíssimas formas de desrespeito à dignidade humana”, afirmou D. Francisco Senra Coelho, na homilia.
O arcebispo de Évora recordou o Papa Pio XII que um dia lembrou com lucidez que “a verdadeira paz só pode surgir onde Cristo reina realmente”.
A arquidiocese promoveu este domingo uma jornada dedicada à Solenidade de Cristo Rei, no âmbito do Ano Santo 2025, com uma celebração que foi antecedida pelo encontro dos Movimentos Eclesiais com D. Francisco Senra Coelho.
Sob o lema “Em Cristo, Peregrinos de Esperança”, cerca de duas centenas de representantes de Movimentos Eclesiais reuniram-se no Auditório da Fundação Eugénio de Almeida, incluindo 136 membros do Apostolado da Oração.
O encontro concluiu com a peregrinação jubilar até à Sé de Évora, onde se realizou a Eucaristia, com D. Francisco Senra Coelho a lembrar a “instituição da Solenidade de Cristo Rei, há 100 anos, por parte do Papa Pio XI, em 1925”, numa altura em que o “contexto social e histórico era tão preocupante quanto o atual”.
“As guerras movidas por espíritos de nacionalismos e regimes totalitários conduziram o Papa a reafirmar, nesse ano de 1925 e nesse documento, uma verdade inabalável. A Festa de Cristo Rei proclamará ao mundo inteiro que a Igreja tem o direito e o dever de recordar aos povos o amor de Cristo, o domínio universal de Cristo através do seu reino de justiça, de paz e de amor”, referiu.
Segundo o arcebispo de Évora, estas são as “únicas realidades capazes de renovar a Humanidade e de solidificar em pedra rocha inabalável o dom da paz”.
Atualmente, assinalou D. Francisco Senra Coelho, também se assiste “ao aumento da violência, à guerra, às polarizações, à manipulação da verdade e aos atos cada vez mais frequentes de desumanidade”.
“Os conflitos atuais, internacionais, sociais e familiares revelam o afastamento de Cristo e do seu domínio santo sobre os corações dos homens”, evidenciou o arcebispo, acrescentando que “é inevitável constatar as consequências de um reino deste mundo, do príncipe deste mundo”.
“Um reino sem Deus, sem espiritualidade, sem interioridade, sociedades desorientadas, ideologias que destroem a dignidade humana, vidas descartadas, novas gerações de juventude sem horizontes de esperança e de sentido para a vida. Famílias feridas”, realçou.
Na homilia, D. Francisco Senra Coelho evocou São João Paulo II que confirmou que “Cristo é Rei porque veio para testemunhar a verdade e conduzir a humanidade do Pai”.
“No mundo saturado de propaganda, de manipulações, fake news, precisamos do Rei da verdade, eixo da clareza e da reta consciência, libertador dos enganos, das falsas interpretações, da soberba, do egoísmo, do sucesso a qualquer preço, de uma ética que não olha aos meios para alcançar os fins”, indicou.
Segundo o arcebispo, “não basta proclamá-lo”, “é preciso permitir que ele transforme” as “atitudes, relações e escolhas” de cada um.
Antes da bênção final, D. Francisco Senra Coelho agradeceu aos Movimentos Eclesiais “a significativa presença e participação”, convidando-os, através de “uma Esperança fundada na alegria”, a procurar a “beleza do Evangelho” e a fazer a renovarem-se “pelas novas gerações”.
“É com a nossa alegria, é com a nossa esperança, é com o nosso testemunho de vida que se dirá que vale a pena seguir o caminho que aquele irmão, que aquela irmã segue e que se renovarão os movimentos”, disse.
LJ/OC