
Viseu: Esperados milhares de visitantes na Festa das Cruzes em Tondela

Viseu, 22 mai 2025 (Ecclesia) – A Festa das Cruzes, a “mais antiga” manifestação religiosa do concelho de Tondela (Diocese de Viseu) que se realiza há “mais de 300 anos”, regressa no dia 31 de maio, ao Guardão, onde são esperados milhares de visitantes.
A partir do dia 28 até 30 deste mês, a procissão ao som das ladainhas antecipa “a grande celebração que vai juntar as várias comunidades na Capela de São Bartolomeu, onde depois em procissão descem até à Igreja do Guardão, onde se vai celebrar a Eucaristia”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
O evento une, todos os anos, por altura da Ascensão (40 dias depois da Páscoa) as paróquias de Santiago de Besteiros, Santa Eulália (Campo de Besteiros) e Castelões à do Guardão, territórios de Vale de Besteiros e Caramulo.
As quatro localidades voltam, assim, a juntar-se para “cumprir a promessa de agradecimento à Nossa Senhora dos Milagres pela sua ajuda na expulsão dos mouros”, refere.
As cruzes, grande parte delas enfeitadas com metais preciosos, grinaldas, motivos vegetais, flores ou frutos da época, são a atração principal.
O ponto alto dá-se quando as cruzes se tocam, duas a duas, repetindo o abraço do “tempo da memória”, em que o povo se abraçou por ter conseguido, com ajuda divina, expulsar os mouros.
Após o “abraço”, é celebrada a Eucaristia, que culmina com um grande desfile em que participam as cruzes das quatro paróquias.
De acordo com o pároco local, João Zuzarte, “falar da Festa das Cruzes é fazer menção a uma longa tradição religiosa e profana, que se tornou um marco de extrema relevância e referência na região da Beira Alta e no Interior de Portugal”, atraindo assim de ano para ano “gentes de várias latitudes e sensibilidades”.
Segundo o responsável, “esta festa cruza o sagrado e o profano”, que se traduz de uma forma positiva nos visitantes “com expressões de alegria e de festa, de sorrisos abertos e de espírito de fraternidade, com um olhar que contempla serenamente os mistérios da fé vividos através da experiência da cruz de Cristo”.
Esta celebração constitui-se, ainda, como uma “oportunidade para a nova Evangelização”, como argumenta o sacerdote, já que além dos crentes atrai “pessoas que não praticam a fé assiduamente, estreitando as relações e criando pontes de encontro, intercâmbio cultural e festa, concretizando o diálogo constante entre o mundo religioso e o mundo laico, entre a Igreja e as instituições civis e políticas”.
Recorde-se que, recentemente, a Festa das Cruzes foi classificada como Património Cultural Imaterial, através de uma candidatura feita pelo Município de Tondela, que apoia anualmente este evento.
Esta manifestação religiosa decorre todos os anos por altura da Ascensão (40 dias depois da Páscoa). Em 2022, de modo a aumentar a participação da população, a organização decidiu mudar a festa de quinta-feira para sábado.
LFS