Solidariedade: Fundação AIS convoca jornada de oração por Mianmar

«Sabendo que há neste país ainda famílias católicas que descendem dos portugueses, é seguramente mais um motivo para rezarmos todos» – Catarina Martins de Bettencourt

Lisboa, 29 jan 2025 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apela aos portugueses que se unam “aos cristãos em todo” numa jornada de oração pela paz e reconciliação em Mianmar, este sábado, dia 1 de fevereiro, durante 24 horas.

“Nós, na Fundação AIS, estamos profundamente emocionados com a situação em Mianmar. Por isso, este dia é uma oportunidade para todos, independentemente do seu local de origem, se unirem numa oração coletiva pela paz e a reconciliação”, explica a presidente executiva internacional da AIS, Regina Lynch, numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da fundação pontifícia.

No dia 1 de fevereiro, data em que se assinalam quatro anos do golpe militar em Mianmar, a Fundação pontifícia AIS propõe vinte e quatro horas de oração pela paz e reconciliação neste país asiático.

Regina Lynch alerta que em Mianmar vivem-se tempos muito duros que se reflete na vida das populações, as pessoas “são vítimas de bombardeamentos, da fome, da falta de eletricidade e de outros bens básicos”, já os padres e as religiosas têm, “muitas vezes, de viajar durante vários dias para chegar às paróquias mais distantes”.

Segundo a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, que cita o portal online ‘Vatican News’, há mais de 15 mil mortos, dezenas de milhares de feridos e mais de um milhão de deslocados internos, e, de acordo com a Unicef, “mais de 5 milhões de crianças birmanesas precisam de assistência humanitária e 8 milhões de menores não têm acesso à educação”, a economia está em colapso e o desemprego em cerca de 40%.

A jornada de oração em Mianmar vai mobilizar os 23 secretariados nacionais da Ajuda à Igreja que Sofre, incluindo Portugal, responsável pelo horário das 15h00-16h00, que vão procurar “sensibilizar também a opinião pública para a situação extremamente difícil que se vive nesse país.

“A nossa oração é também um sinal de solidariedade e de fraternidade para com todos os que vivem em Mianmar, para que saibam que, apesar de tudo, não estão sozinhos, não estão abandonados, e que o mundo acompanha a sua dor, as suas lágrimas”, assinala a diretora da AIS em Portugal, Catarina Martins de Bettencourt.

A presidente executiva internacional da AIS acrescenta que, durante este dia de oração, querem “recordar as vítimas e os mortos no conflito”, pedindo conforto para as suas famílias “e o eterno descanso para os que já partiram”.

A responsável do secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre lembra que neste país, a antiga Birmânia, vivem os Bayingyis, descendentes de portugueses.

“Sabendo que há neste país ainda famílias católicas que descendem dos portugueses, é seguramente mais um motivo para rezarmos todos neste sábado, dia 1 de Fevereiro, numa prece mundial por este país mergulhado em violência e sofrimento”, acrescenta Catarina Martins de Bettencourt.

Na página na internet da AIS vai ser possível encontrar as diversas propostas de oração – “para os refugiados, pela segurança dos padres, das irmãs e catequistas, pelos jovens” -, e acompanhar as orações promovidas pelos 23 secretariados da instituição: Entre as 15h00 e as 16h00, é possível acompanhar um tempo de Adoração com Catarina Martins de Bettencourt.

“O importante mesmo é que rezemos pelo povo sofrido de Mianmar, para que esta tragédia possa acabar rapidamente”, salienta a diretora da AIS Portugal.

Foto: AIS

No início de 2023, soldados da Junta Militar que governa a antiga Birmânia destruíram a histórica igreja de Nossa Senhora da Assunção, no vilarejo de Chan-tha-ywa, onde vive uma comunidade católica de ‘bayingyis’, descendentes de combatentes portugueses que estiveram ao serviço dos monarcas birmaneses, entre os séculos XVI e XVII.

Um golpe militar depôs o Governo civil de Myanmar, o governo de Aung San Suu Kyi (Prémio Nobel da Paz em 1991), no dia 1 de fevereiro de 2021, acusando a comissão eleitoral do país de não ter posto cobro às “enormes irregularidades” que dizem ter existido nas legislativas de novembro, conflito que opõe as forças governamentais a grupos armados de resistência e milícias étnicas.

CB

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