
Setúbal: Santuário de Cristo Rei recebe Jubileu Diocesano dos Migrantes

Setúbal, 24 set 2025 (Ecclesia) – A Diocese de Setúbal realiza no próximo domingo o Jubileu dos Migrantes, no Santuário de Cristo Rei, que se insere no programa de celebração dos 50 anos de criação da diocese.
Com o tema “Migrantes, missionários de esperança”, a iniciativa arranca com uma Eucaristia celebrada pelo bispo diocesano, D. Américo Aguiar, pelas 11h30, seguindo-se um almoço partilhado (13h).
O dia conta também com uma procissão até à capela do Santuário, com início às 14h30, terminando com a atuação de coros multiculturais, testemunhos e convívio (15h30).
“Um momento de fé, comunhão e fraternidade que não vais querer perder. Traz a tua família, amigos e comunidade – todos são bem-vindos!”, convida a Diocese de Setúbal.
A coordenadora do secretariado diocesano da Pastoral das Migrações de Setúbal, Tânia Moreira, antevê “um dia de muita festa”.
Em entrevista ao site da Diocese de Setúbal, a responsável assinala que incluir as migrações nas comemorações dos 50 anos da diocese “faz todo o sentido”, uma vez que “são uma realidade transversal”.
“Nós temos aqui uma população migratória bastante grande, que faz parte da história da diocese”, refere, realçando que o primeiro bispo diocesano, D. Manuel Martins, era muito próximo do tema, tendo apoiado e desenvolvido várias iniciativas neste âmbito.
Tânia Moreira considera que mitos como “há mais criminalidade” e que os imigrantes vêm tirar os lugares dos portugueses “levam à ideia global” de que “são um perigo para a sociedade”, quando “não é verdade, nunca foi”.
A responsável considera que as alterações que o Governo queria implementar em relação ao reagrupamento familiar, previsto na lei dos estrangeiros chumbada em agosto pelo Tribunal Constitucional, são “um atentado máximo à integração”.
“Muitas vezes as pessoas chegam, nem sequer falam bem português, e através das crianças aprendem, através das crianças têm que ir à escola, têm que socializar mais, portanto, logo aí são coisas que depois falham, há ações que falham, e estas leis também podem levar a que isso ainda fique pior, porque se nós vamos isolar as pessoas, a integração automaticamente é comprometida”, referiu.
Tânia Moreira olha para a Igreja como um espaço seguro para os migrantes.
“Muitos vão ter com os padres, conversar com eles, pedir conselhos, pedir ajuda, ajuda alimentar, bens alimentares, roupa, tudo, muitas vezes é isso e a Igreja tem um papel muito importante e vai sempre ter”, sublinhou.
A Diocese de Setúbal foi criada a 16 de julho de 1975 pelo Papa São Paulo VI com a Bula ‘Studentes Nos’, celebrando este ano 50 anos.
LJ