Santa Maria da Feira: Exposição de 800 presépios sem esquecer a guerra na Ucrânia e Médio Oriente

Santa Maria da Feira, 29 nov 2023 (Ecclesia) – No Museu Convento dos Loios, Igreja da Misericórdia e Museu do Papel em Santa Maria da Feira (Diocese do Porto) está a decorrer uma exposição de presépios que não esquece as guerras na Ucrânia e Médio Oriente.

A exposição, patente ao público de 25 de novembro a 07 de janeiro, reúne 800 presépios representativos de “todo o mundo, muitos deles, espólio de colecionadores feirenses que os adquiriram em viagens por vários países e continentes, mas há também peças de aficionados e curiosos pelas diferentes abordagens à representação figurada do nascimento de Jesus”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

Patente no Museu Convento dos Loios, Igreja da Misericórdia e Museu do Papel Terras de Santa Maria, a exposição “800 anos 800 presépios: a inspiração de S. Francisco de Assis” não esquece “as duas guerras que marcam a atualidade, representadas através de presépios da paz”.

Cada um dos 800 presépios que integram a exposição tem a sua história e as suas particularidades.

“Muitos deles foram adquiridos nos países de origem por colecionadores, outros resultaram de encomendas a artistas consagrados ou artesãos, alguns são espólio de famílias e têm grande valor sentimental”, refere a nota.

Quatro obras foram concebidas propositadamente para esta exposição e apelam à paz, palavra-chave na espiritualidade franciscana.

Quanto aos presépios da paz, o que está patente na Igreja da Misericórdia remete para o conflito Rússia/Ucrânia, através de um presépio ucraniano associado a um tríptico com a catedral ortodoxa de Odessa, antes e depois de ser destruída. Mesmo ao lado, está um presépio russo, sendo que os dois convivem lado a lado, pacificamente, apelando à paz para os dois países.

Já no Museu do Papel, o presépio da paz evoca todas as perseguições e todos os que fogem da guerra e da fome.

No Museu Conventos dos Loios, são dois os presépios da paz em exposição. Um deles remete para o conflito no Médio Oriente, representado por blocos de cimento que “nos transportam para o muro que separa Israel da Palestina, pontuado por vários elementos e símbolos, como bandeiras rasgadas e uma pomba com colete antibalas. O outro presépio da paz, que evoca todas as guerras e conflitos do mundo, choca pela dureza de um Cristo partido num cenário de destruição, mas marca pela esperança de um Jesus que continua a nascer”, sublinha.

A riqueza e a diversidade dos 800 presépios em exposição nos três espaços expositivos permitem redescobrir a centralidade e a grandeza do presépio na vivência do Natal.

A exposição “800 anos 800 presépios: a inspiração de S. Francisco de Assis” é comissariada pelo padre passionista César Costa.

LFS

 

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