
Myanmar: Fundação AIS convoca jornada de oração, no primeiro aniversário do golpe militar
Lisboa, 31 jan 2022 (Ecclesia) – A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre convocou para esta terça-feira uma jornada de oração, no primeiro aniversário do golpe militar em Myanmar, face à “violência, terror e sofrimento” que afeta a população local.
“Em resposta ao apelo da Conferência Episcopal de Myanmar, a Fundação AIS convoca os seus benfeitores e amigos em todo o mundo para fazerem desta terça-feira uma jornada de oração e de solidariedade para com a Igreja deste país asiático”, assinala uma nota divulgada pelo secretariado português da instituição.
O comunicado alerta para conflitos étnicos, em várias localidades, onde o “exército se tem confrontado com milícias armadas”.
“Embora minoritária, há uma presença considerável de população cristã nestes estados, facto que tem motivado um acréscimo de preocupação por parte da Fundação AIS”, acrescenta a organização.
Segundo a AIS, pelo menos 14 paróquias no Estado de Kayah foram abandonadas, “com muitos padres e irmãs refugiados na selva ou em aldeias remotas, acompanhando as populações locais”.
“A Igreja local tem sido porto de abrigo de deslocados, de vítimas que precisam de apoio, comida, água, abrigo e medicamentos”, sublinha a fundação pontifícia.
A 1 de fevereiro de 2021, os generais terminaram um período de transição democrática e desde então executam uma política de repressão que já levou à morte de quase 1500 civis, de acordo com um grupo local de monitorização, e dezenas de opositores foram condenados à morte.
Em prisão domiciliária há quase um ano, a ex-líder Aung San Suu Kyi, 76 anos, já foi condenada em vários processos e enfrenta décadas de detenção.
O cardeal Charles Bo, arcebispo de Rangum, convidou à paz, numa mensagem para este aniversário, pedindo que todas as partes abandonem a violência.
O também presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC) descreveu a situação atual como um momento de “caos, confusão, conflito e agonia humana em perigoso crescimento”.
OC