Igreja: Bispo de Lamego orienta retiro do clero da Diocese de Viseu

Viseu, 05 nov 2025 (Ecclesia) – O Bispo de Lamego, D. António Couto, está a orientar o retiro anual do clero da Diocese de Viseu com reflexões marcadas por “uma certa provocação e implicação” sempre “à luz da palavra de Deus, que é fundamental”.
A atividade, que teve início a 04 deste mês, e prolonga-se até sexta-feira (07 de novembro), conta com cerca de 50 sacerdotes e um diácono, acompanhados pelo Bispo de Viseu, D. António Luciano, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
Ao longo destes dias, os participantes vivem um tempo de silêncio, reflexão, meditação e oração, com celebrações diárias da eucaristia, das vésperas e momentos de adoração do Santíssimo Sacramento.
A contextualização da realidade do mundo atual e a forma como os sacerdotes são chamados a viver o Evangelho, para depois o transmitirem aos fiéis que lhes estão confiados, constituem dois dos principais desafios que serão abordados ao longo destes dias de retiro.
“Não podemos ignorar o que se passa no mundo, nem a forma como este funciona atualmente, pois já não tem nada a ver com o mundo de há 50 anos. Havia mais pessoas a deslocar-se às igrejas, mais fiéis que professavam a sua fé em Deus e a vida depois da morte era um dado mais ou menos adquirido e hoje já não o é. Precisamos de compreender como a Palavra de Deus pode entrar neste mundo de hoje”, sublinhou D. António Couto.
O Bispo de Lamego defende assim que os sacerdotes devem, “num primeiro momento, viver a Palavra de Deus e, depois de a receberem, servi-la às pessoas e, num segundo momento, estar atentos às pessoas, conhecê-las, assim como aos seus problemas, as suas dores e sofrimentos”.
Quanto à importância do retiro, D. António Couto alerta que é necessário para os sacerdotes conseguirem parar e refletir sobre eles mesmos, o trabalho que desenvolvem e de que forma está a ser feito.
“Os padres fartam-se de correr porque têm mais de uma paróquia e sair dessa azáfama, por uns dias, possibilita que façam também uma análise do trabalho que estão a fazer. O ideal é que cada um olhe para si, sempre à luz da Palavra de Deus, e analise a sua vida”, sublinhou.
O Bispo de Viseu destacou que o “retiro anual faz parte das obrigações dos sacerdotes para que tenham uma vida espiritual séria, amadurecida e forte”.
“Espero que este retiro seja para os nossos sacerdotes, para aqueles que estão a participar ou para outros que de forma direta ou indiretamente possam ter contacto, um momento forte para encher as baterias espirituais da sua vida e da pastoral, hoje tão cheia de atividades. Deste modo, conseguem dar aos paroquianos as razões da fé e da esperança e centrar a sua vida em Deus. É o Espírito Santo que nos conduz e anima neste retiro, uma oportunidade para fortalecermos a nossa vida espiritual”, realçou D. António Luciano.
Na Diocese de Viseu, além do retiro anual, o clero reúne-se ainda na recoleção do Advento e na recoleção da Quaresma. “São momentos fortes, espiritualmente, que os sacerdotes podem aproveitar para fazer a sua revisão de vida espiritual, mas, ao mesmo tempo, para programarem a própria vida para que seja mais enriquecida e ajude o povo de Deus. Sem espiritualidade, não há esperança. É desta forma que encontramos o fio condutor que nos liga cada vez mais a Deus, bondoso e também providente”, concluiu.
LFS

