Direitos Humanos: Exposição em Oeiras evoca coragem dos cristãos ocultos do Japão

Fundação AIS

Lisboa, 28 mar 2025 (Ecclesia) – A Igreja de Nova Oeiras, no Patriarcado de Lisboa, acolhe até 09 de abril uma exposição sobre os «Kakure Kirishitan», os cristãos ocultos do Japão, cuja coragem e fidelidade permitiu que a fé permanecesse viva, “embora na clandestinidade, durante mais de dois séculos”.

Para o Padre Nuno Westwood, em cuja paróquia se pode ver a exposição, a história do cristianismo na Terra do Sol Nascente evoca o sofrimento de milhões de fiéis nos dias de hoje em muitos países do mundo e ajuda a perceber a importância da missão da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS)

Os portugueses chegaram ao Japão em 1543 e seis anos mais tarde os japoneses descobririam o cristianismo, quando os primeiros jesuítas aportaram a terras do Sol Nascente.

Começava assim uma história que teve “momentos terríveis quando em 1614 a religião cristã foi banida, os missionários expulsos e os fiéis forçados a terem de escolher entre o martírio ou a vivência clandestina da fé”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

A evocação desses anos de “violência e bravura” está patente até ao próximo dia 9 de Abril numa exposição na Igreja de Nova Oeiras.

Uma exposição que, diz o pároco, Nuno Westwood, é “mais do que uma viagem ao passado, é, acima de tudo, uma interpelação aos Cristãos de hoje: “Somos desafiados a questionar: o que sustenta a fé quando tudo nos é tirado? Como se transmite a esperança quando a luz parece extinta?”

Os cristãos japoneses viveram a sua fé de forma oculta disfarçando imagens, rezando orações que iam sendo sussurradas durante gerações, celebrando inclusivamente os batismos mesmo sem sacerdotes.

Esta história incrível de fidelidade, diz ainda o Padre Westwood, “lembra-nos que a fé não depende apenas de estruturas visíveis, mas da comunhão interior com Cristo, que permanece vivo mesmo no exílio do coração”.

Foi assim no Japão, mas infelizmente continua a ser assim em muitos países do mundo onde milhões de fiéis testemunham uma coragem e fidelidade que só se compreendem à luz de uma fé muito profunda.

“No Médio Oriente, na África, na Ásia, há comunidades inteiras que sofrem discriminação, violência e morte apenas por professarem a sua fé. Muitos deles, como os ‘Kirishitan’, são forçados à clandestinidade, privados dos sacramentos e dos espaços de culto”, afirma o sacerdote à Fundação AIS.

Esta exposição, que já esteve patente ao público no final do ano passado na Universidade Católica, em Lisboa, é apresentada agora no contexto do ano jubilar e procura ser um convite para “sermos todos peregrinos de esperança”.

LFS

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