Braga: Edição do presépio ao vivo de Priscos centrado num projeto de causas e pessoas
Braga, 28 nov 2023 (Ecclesia) – A Paróquia de São Tiago de Priscos (Arquidiocese de Braga) realiza há 17 anos um presépio ao vivo naquela localidade, centrado em causas sociais, e este ano vai ser inaugurado às 11h00, do dia 10 de dezembro.
A atividade natalícia pretende proporcionar aos visitantes um encontro com o mistério do Natal e na inauguração vai estar “Nadege Ilick, vítima de tráfico humano”, realça uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
Esta jovem camaronesa que conseguiu fugir para “não ser vendida para um casamento forçado”, passou pela Argélia, onde foi “enganada com promessas de trabalho e acabou numa casa de alterne”.
Conseguiu fugir para a Líbia, onde acabaria por ser raptada por guardas prisionais e na prisão foi espancada e torturada apesar de estar grávida.
Com a ajuda do atual marido conseguiu fugir e foi socorrida pelo navio humanitário Sea Watch que atracou, mesmo sem autorização, no porto de Lampedusa, no verão de 2019.
A Itália fechou-lhe as portas, mas Portugal recebeu-a “de braços abertos” e a camaronesa foi acolhida pelo Colégio Luso-Internacional de Braga (sendo acompanhada de perto por Helena Pina Vaz), e por diversos voluntários e instituições bracarenses.
Este ano, na XVII edição do Presépio ao vivo de Priscos, a organização quer ajudar figurantes e visitantes a refletir sobre “Tráfico de Seres Humanos”.
“É um crime contra a liberdade pessoal e constitui uma das formas mais graves de violação dos direitos humanos. É um fenómeno complexo, na maioria dos casos transnacional, de natureza oculta e em permanente mudança. Envolve o recrutamento e a movimentação de pessoas entre fronteiras internacionais ou dentro de um mesmo país, com o objetivo de as sujeitar a diversos tipos de exploração”, lê-se no comunicado.
“O presépio ao vivo de Priscos existe desde de 2006, é um espaço de 30.000 m2, com mais de 90 cenários e 600 figurantes e procura colocar no centro da época natalícia a figura de Jesus como instrumento de promoção humana e social”.
É um presépio ao vivo, representativo do presépio tradicional, com “ritmos e rotinas do quotidiano hebraico e romano onde haverá representações ao vivo de ofícios antigos e cenas da vida quotidiana retratadas por um número significativo de voluntários, incluindo as crianças, jovens e idosos”.
“A grande novidade deste ano é um acampamento militar, como um alerta para compreendermos que a guerra não pode ser solução para coisa alguma. A guerra é a suprema injustiça para com os justos, para com os inocentes, por maioria de razão, pelo que é a suprema fonte de todos os males”.
LFS