Açores: Romarias Quaresmais convidadas a refletir sobre a «verdadeira esperança»
«Gostaríamos que cada rancho pudesse, em cada dia da romaria, ter uma oração do Pai-nosso relacionada com a esperança», adiantou o padre Francisco Rodrigues
Angra do Heroísmo, Açores, 29 jan 2025 (Ecclesia) – A Diocese de Angra informa que as Romarias Quaresmais de São Miguel vão realizar-se de 8 de março, o primeiro sábado da Quaresma, até dia 17 de abril, na Quinta-feira Santa, e vão peregrinar 55 ranchos.
“A Quaresma é sempre um tempo de trabalhar a esperança, este ano ainda mais já que vivemos o Jubileu da Esperança. É preciso que cada um saiba exatamente porque faz a romaria, como a quer fazer, o que lhe é exigido e o que deve ser feito mostrando-se disponível para viver a Romaria de acordo com aquilo que Deus lhe reserva”, disse o novo diretor espiritual do Movimento Romeiros de São Miguel – Associação, citado pelo portal ‘Igreja Açores’.
55 ranchos do Movimento Romeiros de São Miguel vão realizar as suas Romarias Quaresmais entre 8 de março e 17 de abril, e, segundo o padre Francisco Rodrigues, o Grupo Coordenador vai sugerir um esquema a partir da oração do Pai-Nosso para os romeiros, para além das intenções do bispo de Angra que ainda vão ser divulgadas.
“Gostaríamos que cada rancho pudesse, em cada dia da romaria, ter uma oração do Pai-nosso relacionada com a esperança: no primeiro dia será o Pai e a esperança; o segundo dia o nome e a esperança; no terceiro dia o reino e a esperança; no quarto a vontade de Deus e a esperança; no quinto, o dia e a esperança; no sexto a tentação e a esperança e, no último dia, o mal e a esperança”, explicou o sacerdote.
O novo diretor espiritual do MRSM acrescenta que gostavam que pudessem ser “levantadas três ou quatro questões” e depois, à luz do Catecismo e dos ensinamentos da Igreja, os romeiros pudessem “refletir em conjunto sobre aquela que é a verdadeira esperança, que é o Senhor ressuscitado”.
As Romarias Quaresmais, explica a Diocese de Angra, são uma das expressões “mais características” da piedade popular em São Miguel, que se realizam todos os anos durante o período das semanas da Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa.
“A hierarquia da Igreja começa a perceber a importância que as romarias podem ter na vida paroquial e é uma mais-valia quando o sacerdote participa. É sempre mais fácil a celebração do sacramento da reconciliação, da Eucaristia e o sacerdote também se enriquece com a experiência de fé dos irmãos”, refere o diretor espiritual do Movimento Romeiros de São Miguel.
O padre Francisco Rodrigues, romeiro e assistente do rancho dos Fenais da Ajuda, afirma que “é bonito ver quando o sacerdote se coloca no rancho com os irmãos”, com uma missão diferente; o sacerdote foi nomeado diretor espiritual do MRSM pelo bispo de Angra, no dia 20 de novembro deste 2024.
Cada grupo de romeiros – o romeiro com um xaile, lenço, bordão e terço – percorre a ilha de São Miguel durante uma semana, visita o maior número de igrejas e ermidas dedicadas a Nossa Senhora, além de outros templos sob outras invocações, sempre com mar pela esquerda, cantando e rezando em todo o percurso, e dormem em casas particulares ou em salões paroquiais.
As tradicionais romarias da Quaresma tiveram origem na sequência de terramotos e erupções vulcânicas ocorridas no século XVI na ilha de São Miguel.
No retiro anual dos romeiros, realizado este domingo, dia 26 de janeiro, a reflexão centrou-se na ‘Romaria: tempo e passos de esperança’, na Escola Secundária da Lagoa, na ilha de São Miguel.
Este encontro, mais orientado para os irmãos dirigentes de cada rancho, com missões específicas, contou com a participação do diretor espiritual do MRSM, e foi orientado pelo padre José Júlio Rocha, vigário episcopal para o Clero, e pelo padre André Grecki, sacerdote polaco autor de vários estudos sobre as romarias quaresmais de São Miguel, informa o sítio online ‘Igreja Açores’.
CB