Para promover e angariar fundos para a concretização do projecto “Inocentes de Guerra”, a Fundação S. João de Deus conta com o apoio de algumas entidades e figuras públicas que se associaram a esta campanha. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Fundação dá conta que nos próximos meses realizam-se vários eventos de beneficência que vão apoiar este projecto de solidariedade. O problema humanitário causado pelas minas anti-pessoal continua a ser motivo de preocupação para muitas organizações humanitárias internacionais e para o Vaticano. O projecto “Inocentes de Guerra”, promovido e apoiado pela Fundação S. João de Deus, tem por objectivo reabilitar crianças e jovens amputados, vítimas da deflagração de minas e da poliomielite, no Hospital S. João de Deus em Montemor-o-Novo. A direcção do Hospital considera que «este projecto radica na história do Hospital, de tratamento a crianças pobres e doentes» e que constitui «também uma oportunidade de desenvolver competências técnicas na área da reabilitação num país irmão e deste modo reforçar a obra dos Irmãos de S. João de Deus num país onde já tiveram presença e onde eventualmente poderão voltar no futuro próximo». Durante Novembro, Dezembro e Março vão realizar-se alguns eventos de beneficência cujas receitas reverterão para a campanha “Inocentes de Guerra” promovida pela Fundação S. João de Deus. No dia 16 de Novembro a revista social “Eles & Elas” organiza o “1º Grande Baile de Outono” em Lisboa, no Palácio de Cristal, na Tapada da Ajuda. Os fundos reunidos neste evento, que contará com a presença de personalidades das Casas Reais europeias e da sociedade portuguesa, serão destinados ao projecto “Inocentes de Guerra”. Também a Associação do Bazar do Corpo Diplomático irá organizar no próximo dia 20 de Novembro, pelas 13 horas o Almoço Diplomático, no Hotel da Lapa, em Lisboa. Após o Almoço Diplomático irá realizar-se uma “venda de Natal”, na qual as Embaixadas irão participar com produtos dos respectivos países. A receita reverterá igualmente para a reabilitação de crianças e jovens amputados. O encenador Filipe la Féria e o Teatro Politeama vão também colaborar com a Fundação S. João de Deus, oferecendo as receitas de bilheteira da apresentação da sua nova produção musical “Jesus Cristo Superstar”, no dia 15 de Dezembro (às 21h30), para esta campanha. Os interessados em participar nesta iniciativa poderão reservar o seu bilhete junto da Fundação S. João de Deus, através do telefone 217 984 300. Já no próximo ano, no início de Março, terão lugar dois espectáculos musicais, em Lisboa e no Auditório da Casa de Saúde S. João de Deus em Barcelos, organizados pelo Padre José Luís Borga, conhecido pelos seus programas e comentários televisivos. Sobre a sua colaboração neste projecto de solidariedade, o Padre Luís Borga explica que «cantar é também uma forma para aproximar e empenhar tudo e todos num projecto de efectiva comunhão e partilha com quem mais precisa. De nos enriquecermos pelo que damos. Estes espectáculos querem celebrar e provocar uma solidariedade mais consciente e activa». Em cada hora há 2 mortes causadas por minas O flagelo das minas anti-pessoal continua a ser uma realidade em muitos países de África, da Ásia e da América Latina. A sua diminuição e erradicação continuam a ser prioridades para várias organizações internacionais e humanitárias. O Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, manifestou recentemente o apoio do Vaticano à campanha da organização internacional Roots of Peace que visa transformar campos minados em campos de cultivo de vinha. Um comunicado deste Dicastério, citado pela Rádio Vaticano, refere que por cada hora que passa há duas pessoas que morrem ou ficam gravemente mutiladas pela explosão de resíduos bélicos em países que foram cenário de conflitos. Todos os anos morrem 20 mil civis, vítimas da deflagração de minas ou de outros engenhos militares anti-pessoal, que não discriminam a população civil dos combatentes. Os resíduos bélicos causam ainda fortes danos na economia dos países em guerra ou conflito, tornando-os ainda mais dependentes da ajuda externa.