Evangelizar sem medo

Na festa dos 50 anos dos Cursilhos de Cristandade em Portugal, o Cardeal Patriarca de Lisboa recordou a vocação essencial do movimento

Primeiro, surge um convite, à redescoberta dos fundamentos da fé, apoiada na leitura da Palavra de Deus. Depois, vem o desafio, para que cada um encontre a sua vocação pessoal, dentro da comunidade.

Desde 30 de Novembro de 1960, altura em que se realizou o primeiro cursilho no nosso país, que a essência e a finalidade são os mesmos: procurar criar um espírito mais apostólico, de vivência e de testemunho da fé, sobretudo entre as pessoas que andam mais afastadas de Deus.

Aquilo que agora, 50 anos passados, todos os leigos que participam no movimento devem ter em mente, é “a urgência de cobrir o mundo de hoje com cores de alegria, de vitória sobre o medo, sobre a tristeza, sobre o egoísmo”.

Estas palavras de D. José Policarpo, durante a missa que assinalou o aniversário dos cursilhos, no dia 9 de Outubro, recordavam o hino do movimento, o “De Colores”, uma música cheia de alegria, que celebra a Criação e as suas diversas cores.

“Só a luz dá à diversidade das cores, a harmonia da beleza. E nós, cristãos, sabemos qual é essa Luz, não é uma luz humana”, sublinhou o Cardeal Patriarca de Lisboa, nas instalações do Atlético Clube da Tapada, desafiando os cursilhistas a que “sejam no mundo como a Paixão, sem medo, para inundar e envolver toda a realidade humana nesta harmonia das cores, onde Deus coloca um sinal de eternidade”.

De acordo com Jaime Custódio, numa sociedade cada vez mais afastada de Deus, esse desafio só se concretiza através de dois caminhos: Renovação da Fé e Evangelização.

Em declarações à ECCLESIA, o presidente nacional dos Cursilhos de Cristandade defende que “cada cristão, nos mais diversos ambientes em que está inserido, tem um papel fundamental a desenvolver, que é transformar esses ambientes, sempre com o apoio do Evangelho”.

Ontem como hoje, as bases deste trabalho são imutáveis, mas os métodos têm de acompanhar a evolução dos tempos.

“O método pode ser uma linguagem adaptada aos tempos actuais, às novas tecnologias, para podermos chegar às pessoas, particularmente aos jovens” acredita Jaime Custódio, para quem o movimento precisa de uma renovação interna, se quiser continuar a trilhar a sua história.

Os Cursilhos de Cristandade nasceram em Espanha, na Ilha de Palma de Maiorca, em 1944, por iniciativa de Eduardo Bonnín Aguiló. Na altura com 27 anos, o jovem deparava-se na com uma sociedade desenraizada de Cristo e procurou criar, especialmente junto dos mais jovens, um espírito mais apostólico e de maior testemunho da fé.

Depois de um período de expansão em Espanha, o movimento começou a espalhar-se pelo mundo inteiro a partir de 1953.

Hoje em dia, está presente em cerca de 50 países, de 5 continentes diferentes, abrangendo mais de dois milhões de homens e mulheres.

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