Evangelização/Portugal: Paróquias precisam de apostar mais na formação cristã

Coordenador nacional dos cursos alpha diz que faltam «programas» que deem sequência à caminhada dos fiéis

Coimbra, 25 Out 2011 (Ecclesia) – O coordenador nacional dos Cursos Alpha lamentou este domingo, em Coimbra, que aquela atividade formativa, orientada para a evangelização e animação cristã, não esteja a ser levada a sério por grande parte das paróquias.

“Hoje os sacerdotes estão muito ocupados e às vezes têm a tentação de ver o curso como apenas mais um grupo à parte”, referiu o padre Jorge Santos, em declarações à ECCLESIA, no âmbito da Conferência Nacional Alpha, que decorreu entre sexta-feira e domingo em Cantanhede.

Responsável pela entrada dos Cursos Alpha (designação da primeira letra do alfabeto grego) em Portugal, há 11 anos, o sacerdote sublinhou a importância deste tipo de formação para o crescimento da fé, já que “fala de Cristo Ressuscitado em cada época, com uma linguagem nova e adaptável à mentalidade das pessoas”.

Cada curso começa com um jantar, em que os participantes são convidados a apresentar as suas dúvidas e problemas, num ambiente marcado pela amizade, liberdade e confiança.

Prossegue com uma palestra de lançamento intitulada ‘Há mais na vida além disto’, que prepara as pessoas para uma formação de 10 semanas e um fim de semana de retiro dedicados a temas como Jesus Cristo, Bíblia e fé.

“Depois compete às paróquias apresentar-lhes um programa que permita às pessoas caminhar”, apontou o padre Jorge Santos, para quem uma comunidade só se pode intitular “Igreja de Jesus Cristo” quando aposta no “crescimento” dos seus fiéis.

Neste momento, os cursos alpha estão presentes em 5 das 20 dioceses portuguesas – Lisboa, Santarém, Coimbra, Viseu e Leiria – enquanto que no resto do mundo se assiste a um grande desenvolvimento desta iniciativa.

Durante a Conferência Nacional, o sacerdote destacou sobretudo o crescimento exponencial que este tipo de formação tem conseguido nos “países onde menos se esperava, como Arábia Saudita, Índia e China”.

O Curso Alpha teve início na igreja Holy Trinity Brompton, no centro de Londres, (Inglaterra) no final da década de 70, como forma de introduzir os princípios básicos da fé a novos cristãos num ambiente descontraído e informal.

A iniciativa espalhou-se e desenvolveu-se durante os anos 90, inicialmente no Reino Unido e depois internacionalmente, à medida que mais igrejas e outros grupos acharam-no uma forma útil e eficaz de responder às questões sobre a fé cristã num contexto informal.

Nicolas de Chezelles descobriu o curso em 1999 e faz agora parte da equipa nacional francesa, tendo partilhado em Coimbra a “graça” de ver chegar “homens e mulheres que colocam questões, mas não têm coragem de transpor as portas de uma igreja”.

“Queremos fazer um caminho para melhor encontrarmos as respostas”, precisa.

De momento estão a decorrer milhares de cursos em todo o mundo em 163 países, apoiados pelas principais denominações cristãs.

PTE/JCP/OC

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Agência ECCLESIA

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