Evangelização de rua na Quarteira

Jovens e religiosas falam de Deus nas praias do Algarve Dois espaços estão montados na rua em frente à praia da Quarteira. A Tenda do silêncio e a Tenda do encontro. Na primeira as pessoas entram para rezar, ouvem música ou meditam num salmo. Na Tenda do encontro a oferta é um confronto com duas vidas – São Paulo e de Paula Frassinetti, fundadora da congregação das Irmãs Doroteias, que no Algarve repetem a actividade «Dialogar com o povo». A Irmã Arminda Oliveira, das Irmãs Doroteias está na Quarteira para, juntamente com mais duas religiosas, acompanhar um grupo de nove jovens na evangelização de rua. “Viver e partilhar a vida no espaço junto à praia com a multidão anónima”, resume assim a religiosa esta experiência de Verão à Agência ECCLESIA. Alguns dias da semana, as tendas estiveram abertas à noite também. A animação foi uma constante entre músicas e conversas, num convívio de rua. A Tenda do silêncio esteve a funcionar todo o dia e sempre com pessoas a rezar. “As pessoas não estão habituadas, como Igreja Católica, a sair dos espaços de culto, para uma acção mais directa”, afirma a Irmã Arminda Oliveira. Entre afastamentos e aproximações ouvem-se comentários “que experiência tão interessante”. Este é um desafio permanente e uma experiência “muito rica tanto a nível espiritual como humano”, sublinha a religiosa. Quanto aos jovens, “foram muito fáceis de convencer”. Pela primeira vez em actividades de Verão, ou a repetir a experiência, os jovens são já repetentes nas iniciativas juvenis das religiosas, quer nas paróquias como nos colégios. Joana Pereira é uma das jovens que desde o dia 23 se encontra em Quarteira. Aos 17 anos estreia-se no convite de Verão das Irmãs Doroteias que já conhecia de outras actividades. “Queria fazer uma experiência nova e inovadora”, explica a jovem à Agência ECCLESIA. Estes têm sido dias complicados. “Estamos cansados e dormimos pouco”, afirma a Joana que logo contrapõe com os factores positivos desta experiência. “Fiz amizades, alimentei a minha fé e tive testemunhos de jovens que tal como eu, acreditam que podem fazer a diferença”. Num trabalho que a jovem apelida “de risco” se encontram reacções muito diversas. Pessoas muito simpáticas “que mesmo não estando interessadas, param para nos ouvir”, que contrastam com “outras que nem nos ouvem, chegando mesmo a ser antipáticas”. Mas as que a Joana vai recordar são as pessoas com as quais está horas a falar. À explicação sobre o objectivo das tendas e a falar sobre o trabalho que estão a fazer, as pessoas são convidadas a entrar nos espaços e a ficar, ou a rezar ou a conversar. “E as pessoas acabam por nos contar algo das suas vidas que as deixa menos felizes”. As férias da Joana Pereira têm este ano “um sabor diferente”. “Podem não ter sido muitas, mas sinto que toquei em algumas pessoas”, aponta. Quando regressar a sua casa a Aveiro, Joana vai contar a experiência “gratificante que viveu e que quero voltar a repetir, porque me enriqueceu e ajudou a crescer”. Esta é uma semana de férias diferente, que nem por isso, deixa escapar um mergulho nas praias da Quarteira. Esta Qurta-feira, até à meia-noite, vai ser possível encontrar os jovens e as religiosas, na Avenida Infante Sagres.

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Agência ECCLESIA

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