D. Manuel Clemente pede a cada um dos deputados que vote «não» no debate de terça-feira para mostrar «sintonia» com os cidadãos
Torres Vedras, 27 mai 2018 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca disse hoje à Agência ECCLESIA que os deputados devem ter em conta que a sociedade se tem manifestado “insistentemente no sentido do não” à legalização da eutanásia e pede “a cada um” que vote “não”.
“Espero que todos e cada um dos deputados, como legisladores que são, tenham devidamente em conta o que a sociedade tem manifestado” sobre a legalização da eutanásia, afirmou D. Manuel Clemente.
Em declarações à Agência ECCLESIA em Penafirme, no Concelho de Torres Vedras, onde decorreu hoje a “Festa da Família” do Patriarcado de Lisboa, o bispo diocesano lembrou as tomadas de posição públicas do atual e dos antigos bastonários da Ordem dos Médicos, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e de antigos chefes de Estado e governantes de Portugal.
“Apesar deste debate não ter sido tão longo, aprofundado e participado como poderia ser, tantas pessoas se manifestaram, tantas organizações da sociedade civil se manifestaram, também religiosas, sendo a primeira vez que as grandes religiões presentes no nosso país se manifestaram”, recordou.
“Uma vez que todos esses grupos se manifestaram insistentemente no sentido do não, se a Assembleia quer estar em sintonia com a sociedade tem de ter isso em conta”, insistiu o cardeal-patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente referiu-se também aos “problemas” e “advertências” que chegam dos países que “enveredaram” pelo “caminho da eutanásia” com “resultados desastrosos”, nomeadamente o “aumento, em 10 anos, de 700% dos casos, como acontece na Bélgica”.
“Está mais do que provado que quando se abra um pouco essa porta rapidamente se escancara”, afirmou D. Manuel Clemente.
“Peço com muita insistência a cada um dos deputados que tenham tudo isto em conta na altura de votarem e espero que votem não”, concluiu o cardeal-patriarca de Lisboa.
A Assembleia da República tem agendado para o dia 29 de maio, terça-feira, a discussão de quatro projetos de lei apresentados pelo PAN, BE, PEV e PS sobre a despenalização da eutanásia.
PR