Eugénio Fonseca envia carta aberta ao Parlamento
Lisboa, 11 fev 2020 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, enviou uma carta aberta ao Parlamento, na qual pede que a aposta dos deputados seja “dar mais dignidade à vida”, em vez de legalizar a prática da eutanásia.
“É que a vossa missão é promover melhores condições de existência em todas as suas circunstâncias. O meu apelo é que faciliteis o acesso à Vida”, escreve o responsável, que é um dos mandatários do movimento “#simavida”, o qual visa apresentar ao Parlamento uma Iniciativa Popular de Referendo.
Eugénio Fonseca elenca um conjunto de motivos que levam muita gente a sentir-se “desanimada” e sem vontade de viver, tais como a falta de rendimentos, de habitação, de Justiça, de trabalho ou de serviços de saúde.
Muitas vezes tenho-vos pedido que opteis por ‘pactos de regime’ para vos unirdes em ordem à solução dos problemas mais graves e ao cumprimento de direitos humanos inalienáveis. Nunca o fizestes. Seria agora uma grande desilusão ver-vos unir esforços para tornar mais acessível a morte”.
O presidente da Cáritas Portuguesa evoca a sua “condição de cidadão, que procura por mais justiça e solidariedade em ordem a uma sociedade mais humanista”.
“Já estive às portas da morte e sinto-me muito grato a quem tudo fez para me devolver à vida. Bastaram bons cuidados de saúde e uma família muito presente e carradas de ternura dos amigos. Apostem na vida, por favor”, conclui Eugénio Fonseca.
A Assembleia da República agendou para 20 de fevereiro o debate e votação de quatro projetos de lei com vista à legalização da eutanásia, apresentados pelo PS, Bloco de Esquerda, PAN e Os Verdes.
Um movimento de cidadãos lançou na sexta-feira uma recolha de assinaturas que tem como objetivo propor à Assembleia da República a realização de um referendo nacional sobre “a (des)penalização da morte a pedido”.
Na sua mensagem para Dia Mundial do Doente 2020 (11 de fevereiro), o Papa reforça a sua oposição a projetos de legalização da eutanásia.
Dirigindo-se aos profissionais de saúde, Francisco pede que a sua ação vise “constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos de natureza eutanásica, de suicídio assistido ou supressão da vida, nem sequer se for irreversível o estado da doença”.
OC