Eutanásia: Novo bispo de Viseu reforça defesa da vida desde «a conceção até à morte natural»

D. António Luciano Santos Costa alerta para o risco de uma «sociedade descartável»

Foto: Pe. Hugo Martins

Guarda, 03 mai 2018 (Ecclesia) – O novo bispo de Viseu diz que o debate da eutanásia é um reflexo da “sociedade atual”, que encara o cuidado com os mais frágeis como algo que “rouba tempo” em vez de um serviço “à vida”.

D. António Luciano Santos Costa, hoje nomeado pelo Papa Francisco como sucessor de D. Ilídio Leandro, na diocese viseense, é formado em enfermagem e antes de seguir a vocação sacerdotal, em 1980, trabalhou nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Mesmo depois de ordenado padre, o bispo natural de Seia, de 66 anos, continuou ligado ao setor da Saúde, sobretudo no âmbito pastoral, como capelão coordenador do Hospital da Guarda e do Instituto Politécnico da Guarda.

Ainda como pároco, no arciprestado da Covilhã, D. António Luciano Santos Costa seria responsável pela criação de uma capelania na Universidade da Beira Interior.

Sobre o debate em curso na sociedade portuguesa, relativamente à legalização ou não da eutanásia, o novo bispo de Viseu alerta em declarações à Agência ECCLESIA para o perigo de se caminhar para uma “sociedade descartável” e salienta que cabe em primeiro lugar aos “serviços de saúde” darem “outras respostas”

Para aquele responsável, o que está aqui verdadeiramente em causa são duas conceções diferentes de humanidade.

Uma para quem “o estar junto dos doentes, dos pobres, dos idosos” é algo que “rouba tempo” e por isso pretende “outro estilo de vida”, e outra, onde a Igreja Católica se insere, que defende “o respeito pela vida humana em toda a sua dignidade, com todo o seu valor, desde o momento da conceção até à morte natural”.

O novo bispo de Viseu foi um dos oradores do ciclo de debates ‘Decidir sobre o final da Vida’, promovido ao longo dos últimos meses pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Um evento onde o responsável católico defendeu a necessidade de apostar mais e melhor nos cuidados paliativos.

“A morte deve acontecer no momento certo. É aqui que surge a medicina paliativa, que tem o seu lugar para ajudar a maior parte daqueles que carecem destes serviços”, salientava D. António Luciano Santos Costa, para quem “estes cuidados deveriam estar mais próximos de todos os que precisam”.

“O caminho é fazermos tudo para promover e defender a vida humana, seja em que circunstâncias for”, reforça D. António Luciano Santos Costa.

No seu currículo, o novo bispo de Viseu conta ainda com uma vasta experiência também como docente na área da Saúde, em áreas como a Deontologia Profissional e Ética, na Escola de Enfermagem da Guarda, e Doutrina Social da Igreja, Ética e Bioética, no Pólo de Viseu da Universidade Católica Portuguesa.

JCP

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR