Federação pela Vida promoveu «manifestação silenciosa», na escadaria da Assembleia da República
Lisboa, 09 jun 2022 (Ecclesia) – A presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV) disse hoje que “não há uma lei boa para um ato mau”, em referência aos novos projetos sobre a legalização da eutanásia em Portugal.
“Agora ouvimos dizer: ‘desta é que é’. Mas é aprovado ou reprovado definitivamente. Esta lei já foi reprovada no Parlamento, no Tribunal Constitucional e pelo presidente da República. Já teve três chumbos e vão insistir tantas vezes até que seja aprovada”, assinalou Isilda Pegado, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Esta tarde, o Parlamento português debate, pela terceira vez, projetos de lei de legalização da eutanásia e do suicídio assistido, sete meses após um segundo veto presidencial.
Em discussão, em plenário da Assembleia da República, vão estar projetos do PS, BE, IL e PAN, além de um projeto de resolução do Chega que visa a realização de um referendo sobre o tema.
A presidente da FPV recorda que na Inglaterra, “que ninguém duvida ser um país democrático”, há quase 20 anos se discute este tema e, no mês de março, o Parlamento “voltou a chumbar a eutanásia”.
É uma lei que é má. Não há uma lei boa para um ato mau: o Parlamento anda a discutir o sofrimento para eliminar a pessoa, mas não discute o sofrimento para ajudar a pessoa. Estamos aqui numa contradição inqualificável neste tempo”.
Segundo Isilda Pegado, esta “não é uma questão de liberdade”, mas é uma falta de resposta ao humanismo que a “Europa tanto cultivou”.
Quanto a um eventual referendo, a presidente da Federação Portuguesa pela Vida considera que se trata de “um apelo a uma outra forma de participação da sociedade”, sustentando que os deputados “não têm legitimidade para tratar desta matéria”.
“Um referendo será bem-vindo e esperamos que venha a acontecer, que o povo português também tenha consciência do que está em causa”, acrescenta, em entrevista que é emitida hoje no Programa ECCLESIA, na RTP2 (15h00).
A Federação pela Vida promoveu ao início da tarde uma “manifestação silenciosa”, na escadaria da Assembleia da República, e vai participar no primeiro congresso popular sobre ‘Direitos e Liberdade Fundamentais’, que se realiza, de 10 a 12 de junho, no Centro Pastoral Paulo VI, em Viana do Castelo.
Isilda Pegado destaca que o congresso vai ser um “momento alto da atividade cívica”.
“Aquilo que vamos fazer é olhar com realismo e ver como é que podemos sair desta civilização que não cultiva o amor mas antes a morte, a destruição, e o servilismo do próprio homem que é preocupante para todos”, explicou a jurista.
HM/CB/OC
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