Eutanásia: «Ganhemos tempo a discutir a vida», pede mandatário da petição em defesa da dignidade humana

Documento com 14 mil assinaturas chega à Assembleia da República

Lisboa, 25 jan 2017 (Ecclesia) – Os promotores da petição ‘Toda a Vida tem Dignidade’ querem que o Estado defenda a vida humana, “apoie” as pessoas “mais frágeis”, com “mais necessidade”, e vão ser recebidos hoje pelo presidente da Assembleia da República.

“Em vez de perder tempo a discutir a morte ganhemos tempos a discutir a vida. Achamos triste que num país que tem tantos idosos abandonados estejamos a discutir a eutanásia em vez de discutir como é que devemos apoiar essas pessoas”, disse José Maria Seabra Duque, um dos mandatários da iniciativa, à Agência ECCLESIA.

Aos governantes são pedidos “caminhos concretos” que se procurem “soluções politicas e politicas sociais” para acompanhar os idosos e as pessoas abandonadas e a rede de cuidados continuados e paliativos tem de ser a “primeiríssima” a ser reforçada.

“É inadmissível que num país com tantos idosos, com tantas pessoas em final de vida não haja uma rede capaz de responder a estas necessidades”, observa o responsável.

A petição ‘Toda a Vida tem Dignidade’ vai ser entregue hoje ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, numa audiência marcada para as 18h45.

O requerimento vai ser enviado para as Comissões de Direitos, Liberdades e Garantias, e da Saúde para ser debatida em plenário após as audições e apreciações e emitidos os relatórios

Neste contexto, dirigem-se ao Parlamento português para que “rejeite as leis que atacam a vida” e, pelo contrário, que legisle no sentido de proteger e apoiar sempre a vida humana.

José Maria Seabra Duque afirma que, “não basta, como é evidente”, o Estado dizer que a vida humana em Portugal é inviolável como garante o artigo 24 da Constituição Portuguesa e “é preciso apoiar a vida, a pessoa concreta”.

“O que nos interessa são as pessoas concretas que neste momento estão doentes, abandonadas e que neste momento vivem sem condições mínimas. A ciência permite soluções para aliviar o sofrimento e, sobretudo, existem meios e capacidade de, pelo menos, fazer companhia e criar condições para uma vida mais confortável, para uma vida onde a dignidade é mais respeitada”, desenvolve o entrevistado.

Ao Estado é pedido que “ofereça a vida” em vez da morte, pelo que deve ser “verdadeiramente social, verdadeiramente solidário” com os que mais sofrem: “Olhem para os doentes, olhem para os idosos, para os mais abandonados”.

O também coordenador-geral da ‘Caminhada pela Vida’ sustenta que os signatários não são “do contra” mas “a favor da vida”, da sua “defesa intransigente”, por considerarem que “não há nenhuma circunstância da vida” que diminua a sua dignidade e a necessidade de ser protegida, de ser apoiada.

Lançada em maio, a petição ‘Toda a Vida tem Dignidade’ reuniu 14 mil assinaturas – 3 mil online e 11 mil em papel – e José Maria Seabra Duque destaca a “forte adesão” e a resposta muito positiva do povo português, que “está mais interessado em defender a vida do que noutras posições”.

“Mais uma vez, provamos que existe vontade da sociedade que a vida humana seja defendida no Parlamento”, concluiu.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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