D. Manuel Clemente considera que o presidente da República assumirá as suas responsabilidades no debate em curso
Lisboa, 24 abr 2018 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou que a sociedade tem de estar habilitada para “acompanhar cada um dos seus membros” em “fases mais complexas” da vida e disse que “há tanto para fazer” no “campo dos cuidados paliativos”.
Em declarações à Agência ECCLESIA à margem da conferência “A Eutanásia e a Cultura do Cuidado”, que decorreu na Universidade Católica Portuguesa esta segunda-feira, D. Manuel Clemente afirmou que “o que está em causa é a vida” e é “importante e oportuno” debater a questão para que as pessoas tomem “consciência” do debate em curso.
A Assembleia da República deverá debater a legalização da eutanásia, a partir de projetos legislativos do PAN, do Bloco de Esquerda, dos Verdes e também do PS.
“O que está em causa é a vida, a promoção da vida e defesa da vida, com respeito por cada um, mas habilitando respostas capazes que passam sobretudo por uma sociedade que seja capaz de acompanhar cada um dos seus membros, especialmente nas alturas difíceis, prevenir desesperos, estarmos lá”, sublinhou o cardeal-patriarca de Lisboa.
Para D. Manuel Clemente, “há tanto para fazer” no “campo dos cuidados paliativos” e “é preciso ir para a frente” no prestação desses serviços de saúde a quem deles necessita.
“Que essa fase mais complexa da vida de cada um de nós, que mais tarde ou mais cedo pode chegar, seja devidamente acompanhada, que é o que a palavra paliativo quer dizer, é preciso ir para a frente”, acrescentou o cardeal-patriarca de Lisboa
Questionado pela Rádio Renascença sobre o silêncio do presidente da República em relação ao debate sobre a legalização da eutanásia em Portugal, D. Manuel Clemente disse que “não é preciso sequer apelar” para que se pronuncie porque “com certeza que tomará as suas responsabilidades”.
“Nem preciso de fazer esse apelo porque o Presidente da República tem-se mostrado sempre muito consciente das suas responsabilidades e por isso não deixará de as exercer, não é preciso sequer apelar. Quando for o caso, com certeza que tomará as suas responsabilidades”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa.
A conferência “A Eutanásia e a Cultura do Cuidado” foi promovida pela Universidade Católica Portuguesa e pelo movimento “Toda a Vida tem dignidade”, com o apoio da Agência ECCLESIA e da Rádio Renascença, e contou com a presença de Theo A. Boer, que integrou a Comissão de Supervisão da Lei sobre a Eutanásia na Holanda.
LS/PR