D. João Lavrador assinala início da Semana da Vida
Angra do Heroísmo, Açores, 13 mai 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirma que “pertence ao Estado” e às diversas organizações da sociedade “a defesa e a promoção da vida,não o contrário”, num artigo publicado no início da Semana da Vida 2018.
“Quando se quer dignificar a pessoa humana nunca se poderá ir pelo caminho da morte que já não tem retorno, mas pelo contrário, teremos de lançar-nos no caminho da vida que terá de ser percorrido em conjunto, de mãos dadas e, então, reconheceremos que o sofrimento se integra no itinerário da vida”, escreve D. João Lavrador.
O bispo diocesano, divulga o sítio online ‘Igreja Açores’, destaca que “quando a vida está mais débil , maior proteção exige, de modo que o que falta à pessoa lhe seja dada pela sociedade, desde a família até às diversas instituições”.
Para o responsável católico, argumentar com “a liberdade ou autodeterminação pessoais” face a dispor sobre a vida “choca” com o que deve ser o exercício destes valores “na sua inter-relação com a verdade, com o bem, com o amor e com o sentido pleno da existência humana que deve encarar também o enigma do sofrimento”.
A Igreja Católica em Portugal começa hoje a viver a Semana da Vida 2018, este ano com o tema-pergunta ‘Eutanásia… O que está em jogo?’, e está a distribuir um milhão e meio de desdobráveis com perguntas e respostas para ajudar no debate e reflexão.
No dia 29 de maio a Assembleia da República tem agendados debates parlamentares sobre os projetos de lei sobre a legalização da eutanásia.
“A humanidade de hoje, no contexto de oportunismos políticos e de conveniências sociais e económicas, perdeu a referência a uma razão forte capaz de nortear a pessoa humana no verdadeiro sentido da vida que se deve integrar numa civilização do amor, limitando-se a ceder a uma cultura da morte e do vazio”, desenvolveu o prelado que é crítico sobre o momento escolhido pelo parlamento para debater a vida.
D. João Lavrador considera que a vida “é um valor fundamental e fundante de todos os outros valores” e “é um dom que cada pessoa recebe sem” que lhe tenham perguntado a “vontade”.
“Não se poderia referir a verdade, o bem, o belo, o amor ou a liberdade, se estes não se alicerçassem na vida e não concorressem para a dignificar”, observa.
O bispo de Angra considera que se devem “criar condições familiares”, promover instituições de acompanhamento, “intensificar os cuidados paliativos, a nível médico”.
Neste contexto, destaca que a missão do profissional de medicina é “procurar continuamente os meios mais aptos para valorizar, defender e promover a vida” e “nunca” se poderá colocar ao serviço da morte”.
“A morte acontecerá de maneira natural”, sublinhou, numa posição divulgada pelo sítio diocesano ‘Igreja Açores’.
CB/OC