Cimeira de Bruxelas deve dar prioridade à «solidariedade» e a uma estratégia «inclusiva»
Lisboa, 07 dez 2011 (Ecclesia) – A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN, sigla em inglês), declarou hoje que “a União está em risco”, pedindo que o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira promova uma estratégia “inclusiva” e dê prioridade à “solidariedade”.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a EAPN, organização representada em 39 países, incluindo Portugal, revela que enviou uma carta aos primeiros-ministros da União Europeia onde apresenta “as suas propostas para sair da crise”.
“É inaceitável que na Estratégia Europa 2020, o crescimento inclusivo e o objetivo quantificado de redução da pobreza sejam subordinados ao objetivo dominante de estabilizar o euro através de medidas que geram mais pobreza, exclusão e desigualdades”, declarou Ludo Horemans, presidente da EAPN.
A organização apela ao “investimento em sistemas de proteção social e do aumento dos níveis de rendimento mínimo”.
“Trata-se de medidas fundamentais, que defendem os direitos sociais e têm um impacto positivo no crescimento, no emprego e na inclusão”, assinala Fintan Farrell, diretor da EAPN.
Os 27 Estados que compõem a União Europeia vão estar reunidos em Bruxelas para debater uma proposta apresentada pela Alemanha e a França.
O documento envolve a criação de um novo tratado europeu, que garanta a sustentabilidade do euro, através de um controlo mais apertado às contas dos países e a aplicação de sanções aos que falhem a meta de 3 por cento do défice.
Neste contexto, a EAPN pede “uma Europa a uma só velocidade”, a defesa de uma União Europeia “social e democrática” e a gestão do impacto social da crise e do aumento dos níveis de pobreza” através de ações alicerçadas na inclusão ativa integrada”.
A ‘European Anti Poverty Network’, criada em Bruxelas há mais de 20 anos, é uma entidade sem fins lucrativos, reconhecida em Portugal como Associação de Solidariedade Social, de âmbito nacional, tendo sido constituída a 17 de dezembro de 1991.
Em 2010, foi distinguida pelo Parlamento português com o ‘Prémio Direitos Humanos’.
OC