Europa: Presidente do Conselho das Conferências Episcopais alerta para «vastidão das feridas» na Ucrânia

 D. Gintaras Grusas assinala desafios à ação evangelizadora da Igreja no continente

Foto: Agência ECCLESIA

Fátima, 10 out 2025 (Ecclesia) – O presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) alertou para a “vastidão das feridas” provocadas pela guerra na Ucrânia, apontando aos desafios da reconstrução.

“Os bispos ucranianos estão a preparar a cura que será necessária após a guerra, servir os deslocados, reconstruir. É um grande sinal de esperança: eles não perderam a esperança e estão a olhar para o futuro”, disse à Agência ECCLESIA o arcebispo de Vilnius, D. Gintaras Grusas, à margem da assembleia do CCEE, que se encerrou hoje em Fátima.

Relatando a sua participação, em agosto, num pequeno-almoço internacional de oração convocado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o responsável recordou que 4 milhões de antigos militares ucranianos carregam “traumas” que afetam as famílias.

A assembleia do CCEE decorreu sob o tema ‘Como ser discípulos missionários numa Europa secularizada’, com atenção particular à guerra na Ucrânia e aos conflitos no Médio Oriente.

“Maria pediu oração e conversão, e alertou que, se não mudássemos, viria uma guerra maior. Precisamos de rezar pelo milagre da paz. A mensagem continua válida”, frisou o responsável católica.

O arcebispo de Vilnius destacou que a Igreja no continente precisa de voltar a “ouvir Deus” e a promover relações reais, especialmente num contexto marcado pela secularização e pela polarização social.

“Um dos desafios da evangelização sempre foi abordar a cultura no seu contexto, levar a mensagem do Evangelho para que as pessoas possam ouvi-la”, afirmou D. Gintaras Grusas, sublinhando que muitos jovens estão desapontados e procuram comunidade e sentido de pertença.

“A mensagem do Evangelho é precisamente isso”, acrescentou.

Outro dos temas em cima em mesa, a sinodalidade, foi apresentado como “um método de evangelização” e não apenas uma estrutura.

“É a capacidade de ouvir Deus, ouvir outras pessoas e caminhar juntos. Erramos se a vemos só como um formato ou estrutura fixa”, assinalou o arcebispo de Vilnius.

O presidente do CCEE insistiu que, mais do que transmitir conteúdos de forma “de cima para baixo”, é necessário evangelizar pelo testemunho vivido.

OC

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