Europa: Papa saúda acolhimento dos eslovacos aos ucranianos e lembra que cultura do encontro requer «aceitação, abertura e criatividade»

Francisco recebeu peregrinos da Eslováquia e reconheceu «ecumenismo prático» e caridade de um povo habituado a construir pontes

Cidade do Vaticano, 30 abr 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco agradeceu hoje aos peregrinos da Eslováquia a caridade e acolhimento que têm dado aos cidadãos da Ucrânia, saudou o “ecumenismo prático” e a “diversidade de ritos e tradições” que “unem o ocidente e oriente cristãos”.

“Olhando para os seus olhos, são testemunhas de como a guerra faz violência aos laços familiares, priva as crianças da presença dos seus pais, da escola, e deixa os avós abandonados. Exorto-vos a continuar a rezar e a trabalhar pela paz, que é construída na nossa vida quotidiana, também com estes gestos de caridade acolhedora. E sei que é solidário não só com os seus irmãos e irmãs vizinhos, mas também com aqueles que estão longe, como os de Cuba”, afirmou num discurso esta manhã numa audiência, dirigido aos peregrinos da Eslováquia, que se encontram no Vaticano.

O encontro foi ocasião para relembrar a viagem realizada à Eslováquia, em setembro de 2021, e assinalar a “riqueza da diversidade de ritos e tradições” na Igreja da Eslováquia, como uma “ponte que une o ocidente e o oriente cristãos”.

Francisco desafiou os peregrinos a caminhar rumo ao “encontro”, “todos juntos”: “jovens, famílias, idosos, as diferentes comunidades que historicamente têm feito parte da vossa sociedade”, reconhecidos de que a cultura do encontro constrói-se na procura da “harmonia entre as diversidades, uma harmonia que requer aceitação, abertura e criatividade”.

“Sabemos que na história e na vida concreta esta harmonia é por vezes ferida pelos nossos pecados e limitações. É por isso que, durante a minha visita, também rezámos pela cura das feridas. Nos últimos meses, muitas das vossas famílias, paróquias e instituições acolheram sob o seu teto as mães e filhos de famílias ucranianas forçadas a separar-se para se salvarem, que tinham chegado com a sua pobre bagagem. Quem acolhe uma pessoa necessitada não faz apenas um ato de caridade, mas também de fé. Que Deus vos mantenha sempre ricos no sal da hospitalidade!”, sublinhou.

Francisco convidou os peregrinos a “preservar e cultivar” a herança que carregam, de “construir pontes de fraternidade juntamente com todos os povos que se alimentam das mesmas raízes da evangelização da Europa, com ambos os pulmões do cristianismo” e agradeceu o testemunho que vivem, de um “ecumenismo prático”, nas relações entre vizinhos, de uma “caridade acolhedora” e no “respeito por cada vida humana e no cuidado responsável pelo ambiente”.

No final, o Papa pediu desculpa por não se poder levantar para os cumprimentos, referindo que tem de “obedecer ao médico”.

“Esta perna não está bem, não funciona, e o médico disse-me para não andar. Eu gosto de ir…, mas desta vez tenho de obedecer ao médico! É por isso que lhe vou pedir que faça o sacrifício de subir as escadas, e daqui me despeço de si. É uma humilhação, mas eu ofereço-a pelo vosso país. Obrigado!”, finalizou.

LS

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Agência ECCLESIA

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