Francisco visita Budapeste, até domingo, em agenda que prevê encontros com refugiados
Cidade do Vaticano, 28 abr 2023 (Ecclesia) – O Papa iniciou hoje uma viagem apostólica à Hungria, que decorre até domingo, em Budapeste, com o olhar posto na guerra da Ucrânia e na crise dos refugiados.
Francisco alertou no último domingo para os “ventos gélidos” da guerra que persistem sobre a Europa, ao projetar a sua visita.
“As movimentações de muitas pessoas colocam na ordem do dia questões humanitárias urgentes”, disse Francisco, desde a janela do apartamento pontifício.
“Será uma viagem ao centro da Europa, sobre a qual se continuam a soprar gélidos ventos de guerra”, acrescentou, após a recitação da oração do ‘Regina Coeli’.
Com o lema ‘Cristo é a nossa esperança’, a visita à Hungria é 41ª viagem internacional do pontificado e representa um regresso a Budapeste, onde Francisco presidiu, em 2021, à Missa de encerramento do 52.º Congresso Eucarístico Internacional.
Desde o início da guerra na Ucrânia, cerca de um milhão de refugiados provocados pela invasão russa passaram pela Hungria, rumo a outros países europeus.
“Estamos a viver na Europa a maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial”, declarou ao portal ‘Vatican News’ o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, destacando a “fé viva da Hungria” e que “superada a fase das ameaças do comunismo”, os novos desafios para o clero e os jovens são aqueles “o materialismo e o consumismo”.
O programa da visita inclui encontros com migrantes e pobres, tendo sido acrescentada uma reunião com a comunidade greco-católica, particularmente representada na Ucrânia.
A viagem teve início em Roma, pelas 08h10 locais (menos uma em Lisboa); antes de deixar a Casa Santa Marta, o Papa cumprimentou um grupo de quinze pessoas sem-abrigo que vivem perto de São Pedro, acompanhadas pelo prefeito do Dicastério para a Caridade, cardeal Konrad Krajewski.
A chegada a Budapeste aconteceu perto das 10h00 locais (menos uma em Lisboa), seguindo-se a cerimónia oficial de boas-vindas no Palácio ‘Sándor’, onde decorre uma visita de cortesia à presidente da República, Katalin Éva Novák, e um encontro com o primeiro-ministro Viktor Orbán.
Pelas 12h20, está previsto um encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático num antigo mosteiro carmelita, sede do Governo, com o primeiro discurso do Papa.
Ainda esta sexta-feira, às 17h00, Francisco vai encontrar-se com os bispos, padres, diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas e agentes pastorais, na Cocatedral de Santo Estêvão.
O segundo dia de visita tem início com uma visita privada às crianças acolhidas pelo Instituto Lászlo Batthyány-Strattmann; já às 10h15, o Papa encontra-se com refugiados e as pessoas pobres na igreja de Santa Isabel da Hungria.
Pelas 11h30, Francisco visita a comunidade greco-católica na igreja “Proteção da Mãe de Deus”; o programa público de sábado encerra-se às 16h30, no ginásio desportivo ‘Papp László Budapest Sportaréna’, num encontro com jovens.
O último dia de visita começa com a Missa, às 09h30, na Praça ‘Kossuth Lajos’, com homilia de Francisco, seguida da oração pascal do ‘Regina Coeli’.
De tarde, o Papa encontra-se com representantes do mundo da universidade e da cultura, na Faculdade de Tecnologia da Informação e Biónica da Universidade Católica de ‘Pázmány Péter’.
A cerimónia de despedida está marcada para as 17h30.
Desde a sua eleição pontifícia, em 2013, Francisco visitou 60 países: Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária, Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Maurícia, Tailândia, Japão, Iraque, Eslováquia, Chipre, Grécia (após ter estado anteriormente em Lesbos), Malta, Canadá, Cazaquistão, Barém, República Democrática do Congo e Sudão do Sul; Estrasburgo (França) – onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa -, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina), Genebra (Suíça) e Budapeste (Hungria), para o encerramento do Congresso Eucarístico Internacional.
OC
Notícia atualizada às 09h00