Europa: Papa pede a políticos franceses que construam «base humanitária comum»

Audiência à delegação de eleitos e administradores do Estado francês, provenientes do sul de França, quis lembrar necessidade de investimento em cuidados paliativos e no compromisso social que é preciso despertar nos jovens

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 30 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje à delegação de eleitos e administradores do Estado francês, provenientes do sul de França, a quem afirmou a “alegria” pelo encontro, mas também pediu a construção de uma “base humanitária comum”.

“A vossa região é fortemente caracterizada pela sua dimensão mediterrânica e situa-se numa encruzilhada, onde convergem diferentes influências e tradições, mas que também dá origem a confrontos que são regularmente chamados a resolver. É esta a sua vocação, que reafirmei durante a minha viagem a Marselha: ser um lugar onde países e realidades diferentes se encontram com base na humanidade que todos partilhamos e não em ideologias que separam as pessoas, que separam o país”, afirmou durante a audiência no Vaticano.

Francisco não deixou de notar “o passo corajoso” da delegação, ilustrativa do “desejo de unir as vossas vidas de crentes às dos homens e mulheres que ocupam cargos de responsabilidade”.

“É para mim uma grande alegria ver como vós, que tendes responsabilidades nos domínios económico e social, vos interessais pela mensagem da Igreja e dedicais tempo a conhecê-la melhor através dos encontros previstos durante a vossa peregrinação. Embora distintas, a política e a religião têm interesses comuns e partilhados e, a diferentes títulos, todos estamos conscientes do papel que devemos desempenhar para o bem comum. A Igreja deseja despertar as forças espirituais que tornam fecunda toda a vida social”, indicou.

Francisco pediu à delegação que invista nos jovens, na educação e ajude a despertar o seu sentido de compromisso, junto dos mais frágeis, e para que sejam multiplicadores de “várias iniciativas” que combatam a indiferença.

“O jovem em crescimento tem necessidade de um ideal, porque é fundamentalmente generoso e aberto às questões existenciais. Enganam-se aqueles que pensam que os jovens não aspiram a mais do que estar no sofá ou nas redes sociais! Envolver os jovens, envolvê-los no mundo real, numa visita aos idosos ou aos deficientes, numa visita aos pobres ou aos migrantes, abre-os à alegria de acolher e dar, oferecendo algum conforto às pessoas tornadas invisíveis por um muro de indiferença”, sugeriu.

O Papa apelou ainda a um envolvimento no “debate sobre a questão essencial do fim da vida”, feito com “verdade”.

“Trata-se de acompanhar a vida até ao seu fim natural através de um desenvolvimento mais alargado dos cuidados paliativos. Como sabem, as pessoas em fim de vida precisam de ser apoiadas por prestadores de cuidados que sejam fiéis à sua vocação, que é a de prestar cuidados e alívio mesmo que nem sempre possam recuperar. As palavras nem sempre ajudam, mas pegar numa pessoa doente pela mão, pegar-lhe pela mão, isso faz muito bem e não só à pessoa doente, mas também a nós”, afirmou.

LS

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Agência ECCLESIA

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