Europa: Militantes da JOC apelam a «uma mudança sólida nas políticas da União Europeia» face à migração

Mais de 200 jovens do movimento de diferentes países europeus reuniram-se em Itália, num encontro sobre «Migrações, em busca de novos horizontes»

Lisboa, 31 jul 2024 (Ecclesia) – A comissão Europeia da Coordenação Internacional da Juventude Operária Católica pede aos políticos “uma mudança sólida nas políticas da União Europeia” face à migração.

“Apelamos aos políticos, aos meios de comunicação social e aos cidadãos da Europa para uma mudança sólida nas políticas da UE em matéria de movimentos migratórios. É necessária uma inspiração humanista e cristã, que não veja a exploração e a morte como uma resposta lógica à miséria sofrida pelos migrantes”, pode ler-se na mensagem final do encontro europeu de militantes da JOC, divulgada esta terça-feira.

Mais de 200 jovens do movimento de diferentes países europeus reuniram-se, de 19 a 21 de julho, em Turim, Itália, à volta do tema “Migrações, em busca de novos horizontes”.

A Comissão Europeia da Coordenação Internacional da JOC mostra-se preocupada com a situação de jovens imigrantes estrangeiros que “têm empregos extremamente precários, sem que a sua situação jurídica seja esclarecida no país de acolhimento, com salários próximos dos da escravatura e em empregos muito desfavoráveis”.

“Exigimos um tratamento humano e condições justas para o seu desenvolvimento pessoal e profissional nos nossos países”, referem.

Os jovens abordam a forma como o “debate sobre a migração se instala na política de forma desumanizada”, assinalando que ouvem “slogans a favor do controlo da imigração” sem existir questionamento sobre “quantas pessoas morrem nas fronteiras” e “mensagens de ódio que ignoram as difíceis condições em que vive a maioria dos estrangeiros”.

Nos nossos movimentos nacionais, enquanto jovens europeus, comprometemo-nos a mostrar-nos como agentes acolhedores, associações e movimentos abertos aos jovens de todas as origens. Queremos também rejeitar mensagens de ódio e slogans que fazem os jovens trabalhadores migrantes sentirem-se culpados”, escrevem.

No comunicado, os movimentos da JOC de diferentes países europeus fazem referência a histórias de emigrantes, como Famous, um jovem de origem italiana que vive em Inglaterra.

“Migrar para recomeçar uma vida que será melhor no futuro, e confiando em Deus durante o processo”, salientou.

“É preciso ser um imigrante perfeito para se integrar com sucesso?”, questionou Anaïs, que chegou a França ainda muito jovem.

“As experiências de vida destes jovens confirmam esta constatação: a emigração não é uma viagem agradável”, reforçam os militantes da JOC.

A comissão Europeia da Coordenação Internacional da JOC destaca que “as dificuldades são agravadas com a mudança de país, com a mudança de língua, a mudança de cultura e uma solidão que muitas vezes se transforma em rejeição e discriminação”.

“’Livre para escolher emigrar ou ficar’, diz o Papa Francisco. Esta é a nossa exigência: a aplicação de uma dimensão fundamental dos direitos humanos em matéria de migração”, conclui a mensagem.

LJ

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Agência ECCLESIA

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