Europa/Islão: Bispo português alerta contra quem «lança rastilhos em barris de pólvora» e promove «a retaliação»

D. Amândio Tomás frisa a importância do «diálogo»

Vila Real, 19 jan 2015 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real, D. Amândio Tomás, salientou a necessidade da Europa assegurar uma “convivência pacífica com o Islão”, tendo em conta o ambiente “multinacional, multicultural e multicivilizacional” que marca hoje o Velho Continente.

Num texto que estará em destaque na próxima edição do Semanário ECCLESIA, o membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais realça a importância de não seguir a linha de quem quer semear a tempestade, “lançando rastilhos em barris de pólvora”, promovendo “a retaliação”.

Para o responsável católico, “acontecimentos” como o recente atentado ao jornal francês “Charlie Hebdo”, cometido por fundamentalistas islâmicos, “são lesivos da vida e da dignidade das pessoas” e devem merecer uma “reflexão” alargada “sobre a igualdade fundamental dos seres humanos, para lá da diversidade de raças e credos”.

“Ateus, judeus, cristãos, muçulmanos, membros de outras religiões”, todos devem sentir-se desafiados ao “diálogo, onde não há vencedores nem vencidos, mas só enriquecidos”, frisa D. Amândio Tomás.

O bispo de Vila Real destaca a necessidade de, no espaço europeu, se superarem “preconceitos e falsos temores” e que as diferentes comunidades religiosas aprendam a “amar e perdoar”, sem nunca deixarem de “denunciar os vícios”.

Quanto à questão da “liberdade de expressão”, muito em debate nos dias subsequentes ao atentado em Paris, o prelado recorda a importância de exercer esse direito sempre numa base de “justiça e respeito” pela pessoa humana, as suas convicções e credos.

“Não faças ao outro o que não queres que o outro te faça a ti” ou “faz ao outro o que desejas que o outro te faça a ti”, devem ser “regras de ouro” a adotar.

Que o empenho em “converter o mundo”, seja em que religião for, não faça nunca perder a “tolerância” ou permita que “a liberdade do outro” em “acreditar ou não” seja “agredida”, exorta o bispo.

Numa referência à semana de oração pela unidade dos cristãos, que está a decorrer até ao próximo domingo, D. Amândio Tomás faz votos de que ela ajude todos os cristãos a serem “construtores de pontes” e “arautos da reconciliação, evitando o choque de civilizações”.

JCP

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