Comissão dos episcopados católicos e Conferência das Igrejas Europeias apresentaram contributos
Budapeste, 28 jun 2024 (Ecclesia) – A Comissão Episcopados Católicos da UE (COMECE) e a Conferência das Igrejas Europeias (CEC) apresentaram em Budapeste os seus contributos para a presidência húngara do Conselho da União Europeia, que se inicia a 1 de julho.
“As Igrejas sublinharam a necessidade de retomar os valores fundadores da União Europeia, com especial destaque para a unidade e a solidariedade como princípios orientadores para o futuro da agenda estratégica” comunitária, destaca a COMECE, em nota divulgada online.
Uma delegação da COMECE e da CEC reuniu-se com o vice-primeiro-ministro húngaro Zsolt Semjén na segunda-feira, em Budapeste, para debater as suas preocupações e perspetivas tendo em vista a próxima presidência da UE.
“Os membros da delegação partilharam a sua preocupação com a crescente polarização social e política nos Estados-Membros da União Europeia, bem como com as tendências para utilizar indevidamente e instrumentalizar a religião”, indica a COMECE.
D. Mariano Crociata, presidente da Comissão, apelou à presidência húngara da UE para que “promova a coesão social e aborde a questão da polarização”, considerada um fenómeno “perigoso” que divide as sociedades, através da “disseminação de ideologias redutoras, desinformação, populismo, xenofobia, radicalização e extremismo violento”.
O responsável católico desejou ainda que a próxima oresidência do Conselho da UE dê prioridade à proteção e aos cuidados dos mais vulneráveis, “ajudando aqueles que sofrem de diferentes formas de pobreza e exclusão, e enfrentando os desafios demográficos através da promoção, a nível da UE, de políticas que reconheçam o papel central da família na sociedade, incluindo através de um maior investimento na parentalidade”.
A delegação ecuménica também abordou a questão dos conflitos armados, sublinhando a necessidade de estabelecer a paz e a estabilidade no continente.
O arcebispo greco-ortodoxo da Grã-Bretanha Nikitas (Lulias) de Thyateira, presidente da CEC, destaca que, “uma vez que a paz na Europa já não pode ser considerada um dado adquirido, os esforços de construção da paz têm de ser constantemente renovados com base nos princípios da verdade e da justiça, no pleno respeito do direito internacional”.
O responsável pede que a União Europeia se assuma como “mediador ade paz credível no meio de conflitos violentos e tensões” no Médio Oriente, na região do Cáucaso e noutras partes do mundo.
Durante a reunião, os representantes da COMECE e da CEC instaram a presidência húngara da UE a apoiar um processo de alargamento da UE “centrado nos cidadãos, credível e justo”, tanto para os países dos Balcãs Ocidentais como para os países da Europa de Leste.
OC