Europa: Episcopados Católicos incentivam ao uso da «tecnologia ao serviço da paz»

«As tecnologias devem estar ao serviço da segurança de pessoas, famílias e comunidades» – COMECE

Bruxelas, 03 jul 2019 (Ecclesia) – A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) pretende uma ‘Tecnologia ao serviço da paz’, tema de um novo contributo para a discussão sobre o “desenvolvimento e uso de tecnologias armadas sofisticadas”.

“Os objetivos estratégicos das políticas europeias de segurança e defesa devem ser orientados para uma segurança humana duradoura e uma paz sustentável”, é a perspetiva da Igreja Católica com o novo documento aos responsáveis políticos do ‘Velho Continente’.

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, lê-se que a reflexão da COMECE surge num momento em que a União Europeia (UE) lança iniciativas para “reforçar a cooperação operacional e industrial” entre os Estados-Membros em resposta “às preocupações legítimas de segurança dos cidadãos europeus”.

“As tecnologias devem estar ao serviço da segurança de pessoas, famílias e comunidades”, escrevem os bispos Católicos que consideram que o apoio financeiro “para o desenvolvimento de tecnologias militares inovadoras” deve ser orientado e avaliado por “estes valores de referência centrados nas pessoas”.

Em ‘Tecnologia ao serviço da paz’ são descritos “potenciais riscos de segurança, legais e éticos” do uso de sistemas armados, como “máquinas de armas de controlo remoto ou armas automatizadas e autónomas”.

Na reflexão são apresentadas 12 recomendações para as políticas relacionadas com a “pesquisa, desenvolvimento, proliferação, exportação e uso de sistemas armados” autónomos, onde pedem que respeitem “plenamente os princípios dos Direitos Humanos Internacionais e do Direito Humanitário”.

Os bispos recomendam também a orientação para “uma harmonização global de padrões legais, de segurança e éticos”, que se garanta “a transparência do software de inteligência artificial” que é utilizado nesses sistemas.

“Sistemas armados completamente autónomos nas suas funções críticas, sem a supervisão de humanos, deve ser proibida”, lê-se no sítio online da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia.

A COMECE é composta por bispos delegados das Conferências Episcopais dos 28 países membros da União Europeia: Portugal está representado por D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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