Europa: Crescente «cristianofobia» preocupa académicos e deputados

Durante um seminário realizado na sede o Parlamento Europeu, em Bruxelas, ficou a proposta de dedicar o dia 7 de Maio aos «mártires cristãos contemporâneos»

Lisboa, 17 Mar (Ecclesia) – Académicos e deputados dos diversos países da União Europeia abordaram esta quarta-feira a intolerância e discriminação contra cristãos, um fenómeno visto como “crescente” na sociedade actual.

O Seminário, acolhido pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas, contou também com a presença do norte-americano Joseph Weiler, autor do livro “Uma Europa Cristã – Contributo para uma reflexão sobre a unidade europeia”.

Em declarações à Rádio Vaticano, o professor catedrático lamentou que os actos contra cristãos quase pareçam uma “rotina” e considerou o fenómeno mais “subtil e social” na Europa.    

“Aquilo que eu acho mais chocante não é o facto de haver discriminação, ódio, cristianofobia, mas que estas coisas sejam aceites, que não hajam protestos, que este seminário seja um dos primeiros eventos deste género” apontou.

Gudrun Kugler, directora do Observatório da Intolerância e da Discriminação contra os cristãos na Europa, aproveitou a iniciativa para apresentar um relatório onde se constatou que, nos últimos 5 anos, a “cristianofobia” tem vindo a aumentar na sociedade europeia.

Como exemplo, a advogada lembrou o caso de “uma professora que foi a tribunal, na Croácia, por ter defendido a posição da Igreja, em relação à homossexualidade”.

Destaque também para o contributo de Massimo Introvigne, representante da Organização pela Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para a luta contra o racismo, a xenofobia, intolerância e discriminação contra cristãos.

Invocando os ataques terroristas que, nos últimos meses, foram levados a cabo contra as comunidades de fiéis instaladas no Egipto, Iraque ou Paquistão, o sociólogo italiano classificou de “positivas e construtivas” as intervenções dos políticos europeus.

Adiantou ainda ter deixado a proposta de “lançar um dia para lembrar os mártires cristãos contemporâneos”, que seria a 7 de Maio, numa alusão a uma iniciativa semelhante levada a cabo pelo antecessor do Papa Bento XVI.

Recorde-se que a 7 de Maio de 2000, João Paulo II realizou uma celebração ecuménica no Coliseu de Roma, para recordar “as testemunhas da fé do século XX”.

“A experiência dos mártires e das Testemunhas da Fé não é uma característica exclusivamente da Igreja dos primórdios. Muitos países de antiga tradição cristã voltaram a ser terras em que a fidelidade ao Evangelho teve um preço muito elevado” apontou o então líder católico.

JCP

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Agência ECCLESIA

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