Europa: Conselho das Conferências Episcopais preocupado com «emergência humanitária» em Nagorno-Karabakh

Bispos pedem que a «emergência humanitária» seja resolvida com soluções que «coloquem a pessoa humana no centro das decisões»

Foto: Lusa/EPA

St Gallen, Suíça, 06 out 2023 (Ecclesia) – O Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) preocupada com a situação de “emergência humanitária” em Nagorno-Karabakh une-se aos apelos do Papa para uma “solução negociada” e pede à Comunidade Internacional apoio às “centenas de milhares de refugiados”.

“Espera que os órgãos internacionais encontrem uma solução que garanta a segurança dos refugiados e seu direito a permanecer na terra onde cresceram, com as suas tradições: Que sejam respeitadas as resoluções internacionais que pedem livre acesso ao corredor de Lachin; que a emergência humanitária seja resolvida com soluções que coloquem a pessoa humana, e não os interesses políticos, no centro das decisões”, lê-se num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O Conselho das Conferências Episcopais da Europa alerta que “mais de 100 mil pessoas deixaram a antiga terra de Artsakh”, território também conhecido como Nagorno-Karabakh, na sequência de uma “‘operação antiterrorista’ do Azerbaijão”, o que “causou o êxodo de todos os arménios étnicos”.

“Os bispos do Conselho das Conferências Episcopais Europeias veem essa tragédia humanitária com grande preocupação. Com o Papa Francisco apelam ‘para o diálogo entre o Azerbaijão e a Arménia’.

“Esperando que as conversações entre as partes, com o apoio da comunidade internacional, favoreçam um acordo duradouro que ponha fim à crise humanitária”, assinalam.

Foto: Cáritas Arménia

No domingo, dia 1 de outubro, o Papa alertou para a “dramática situação” do enclave do Nagorno-Karabakh, território localizado na fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão com população de origem arménia, e renovou o “apelo ao diálogo entre o Azerbaijão e a Arménia”.

“Desejando que as conversações entre as duas partes, com o apoio da comunidade internacional, favoreçam um acordo duradouro, que coloque um ponto final à crise humana”, disse Francisco, após a recitação do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.

O Conselho das Conferências Episcopais da Europa recorda que a região de Nagorno-Karabakh, “controlada pelo Azerbaijão, tem uma grande população arménia”, e é “objeto de uma disputa internacional há cerca de 30 anos”, o que também põe em risco “a herança cristã”.

Neste contexto, as Conferências Episcopais da Europa pedem a monitorização da herança cristã em Nagorno-Karabakh e recordam que, segundo uma resolução do Parlamento Europeu, de 10 de março de 2022, “existem 1456 monumentos arménios sob o controle do Azerbaijão, após o cessar-fogo em 2020, que já estavam danificados durante a guerra”.

O CCEE assinala também que após o conflito de 2020, que “levou a uma paz dolorosa para a Arménia com a perda do controlo dos territórios de alguns mosteiros históricos”, durante meses o corredor de Lachin, “a única rota de acesso entre a capital de Nagorno-Karabakh, Stepanakert, e a capital arménia, Yerevan, “foi bloqueado por ativistas, criando uma primeira crise humanitária”.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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