Europa condena atentados contra cristãos

Assembleia Parlamentar adoptou resolução, alertando para o risco de desaparecimento do Cristianismo na região que o viu nascer

Estrasburgo, França, 27 Jan (Ecclesia) – A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa adoptou hoje em Estrasburgo, França, uma resolução que condena a recente vaga de atentados contra cristãos no Médio Oriente.

O documento baseia-se num relatório do italiano Luca Volontè, do grupo do Partido Popular Europeu, tendo recebido 125 votos favoráveis e 22 contra, sete dos quais da delegação turca.

Os parlamentares condenam o ataque que, a 31 de Outubro de 2010, matou mais de 50 pessoas na catedral siro-católica de Bagdad, no Iraque, e o atentado bombista do último dia 1 de Janeiro, em Alexandria, segunda cidade mais populosa do Egipto, que deixou 23 mortos junto a uma igreja ortodoxa copta.

A recomendação fala destas situações como dois acontecimentos “particularmente trágicos” num número crescente de ataques contra comunidades cristãs, em todo o mundo.

O Conselho da Europa assinala que “as comunidades cristãs podem desaparecer no Médio Oriente, onde o Cristianismo teve as suas origens”.

O documento agora assumido aponta como causas desta situação as “baixas taxas de natalidade e a emigração – alimentada, nalguns locais, pela discriminação e a perseguição”.

“A assembleia está convencida de que a perda das comunidades cristãs no Médio Oriente também coloca em perigo o Islão, porque simbolizaria uma vitória do fundamentalismo”, refere a assembleia.

Neste sentido, os parlamentares pedem ao Conselho da Europa que defina uma estratégia para a “liberdade religiosa”, incluindo a liberdade de mudar de religião, enquanto “direito humano”.

A recomendação insiste na necessidade de uma “cláusula democrática” nos acordos com países terceiros, tendo em conta a situação dos cristãos e de outras comunidades religiosas no diálogo político.

A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa congrega membros das assembleias nacionais de 47 Estados do Velho Continente, tendo como missão princípios comuns e democráticos.

Na última semana, o Parlamento Europeu tinha pedido uma “estratégia” da UE para o respeito da liberdade religiosa, que inclua “uma série de medidas contra os Estados que deliberadamente não protejam as confissões religiosas”.

Na primeira sessão plenária de 2011, que decorreu também em Estrasburgo, os eurodeputados assumiram uma resolução em defesa dos cristãos perseguidos e da liberdade religiosa.

OC

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Agência ECCLESIA

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