Conferência Europeia vai continuar trabalho sobre «justiça social internacional» e das reformas institucionais
Lisboa, 24 fev 2023 (Ecclesia) – As comissões nacionais e a rede europeia da ‘Justiça e Paz’, que inclui a Igreja Católica em Portugal, assumiram como prioridades do trabalho em 2023 a “cooperação internacional, novas formas de comunicação”.
“Nenhuma reforma pode realizar-se sem um diálogo autêntico, centrado na busca conjunta da verdade e do bem comum. Isso requer que a ‘literacia mediática’ seja melhorada em todas as gerações e grupos, mas também que a dignidade humana seja sempre reconhecida e respeitada como fundamental”, lê-se na ‘Ação Concertada 2023’, divulgada pela Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP).
O documento indica que “aceitar o passado e admitir erros” é outro pré-requisito para um diálogo construtivo e para “uma coexistência pacífica e sem medos”, realçando que incluir os marginalizados e vulneráveis “é essencial para uma comunicação construtiva”, porque podem ajudar “a ver de novo e de uma outra perspetiva”.
“Para enfrentar os nossos medos e sermos resilientes, devemos contar mais com a comunidade”, assinalam os responsáveis.
Sobre as três linhas de ação – cooperação internacional mais forte, reinventar a comunicação e fortalecer a comunidade – a Plataforma Justiça e Paz Europa começa por afirmar que “está profundamente preocupada” com a crescente ilegalidade da arena internacional, alertando que “os Estados mais fortes oprimem os mais fracos, os direitos humanos são violados impunemente, e as bases ecológicas da vida humana são destruídas”, exigem o regresso do Estado de Direito.
Na ‘Ação Concertada de Justiça e Paz Europa 2023’, a plataforma revela-se “confiante”, mesmo com “múltiplas crises num mundo cada vez mais fragmentado”, porque a humanidade tem os recursos criativos e espirituais “para enfrentar os seus medos, para reconectar e reconstruir uma ‘ordem jurídica, política e económica’ partilhada”.
A Conferência Europeia das Comissões Justiça e Paz afirma que vai continuar o seu trabalho de longo prazo sobre “justiça social internacional e sobre as reformas institucionais mais necessárias”.
A rede europeia alerta para as “grandes crises” que inspiram e aumentam “o medo, e também raiva, especialmente entre os jovens”, como a crise climática, a pandemia Covid-19; “a brutal guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia” e consequente crise global de energia e alimentos; a migração.
Segundoa ‘Justiça e Paz Europa’, para os medos é preciso “discernimento”, saber “distinguir as preocupações legítimas das manipulações” e assinala que, muitas vezes, os medos dos mais fracos são esquecidos, mas a Doutrina Social Cristã “insiste que devem vir em primeiro lugar na gestão de qualquer crise”.
A ‘Ação Concertada de Justiça e Paz Europa 2023’, publicada online esta quinta-feira, cita a encíclica ‘Fratelli Tutti’ (Todos Irmãos), de outubro de 2022, e destaca que o Papa Francisco oferece “referências para lidar com os medos e abrir caminhos para um futuro na fraternidade”.
CB/OC