Europa: Cáritas denuncia «situação humilhante» dos migrantes nas ilhas gregas

Organização católica lamenta sobrelotação de estruturas de acolhimento e falta de serviços básicos e de higiene

Lisboa, 16 mar 2018 (Ecclesia) – A Cáritas Europa e a Cáritas da Grécia apelaram às autoridades helénicas que respondam a mais de 13 mil mulheres, crianças e homens “confinados a viver em condições humilhantes” nas ilhas gregas.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a organização católica de solidariedade denuncia a existência de “estruturas de acolhimento sobrelotadas ou em acampamentos improvisados e imundos”, perto da costa da Turquia.

Os responsáveis da Cáritas pedem à Grécia que transfira estas pessoas para o continente europeu, onde podem “reconstruir as suas vidas”.

A Cáritas Portuguesa manifesta o seu apoio a esta posição.

“Nas duas visitas que já fiz aos campos de refugiados, na Grécia, fiquei com a clara noção de que a Europa está a falhar no acolhimento que prometeu a estas pessoas. São famílias inteiras que fogem de situações de morte iminente e que merecem o nosso apoio”, refere Eugénio Fonseca, presidente da organização.

Segundo a Cáritas, desde que o acordo UE-Turquia assinado a 18 de março de 2016, muitas pessoas que chegam às ilhas “estão confinadas a viver em condições deploráveis”.

“Não percebo porque é que a minha família aqui é tratada assim. Passámos três meses numa tenda, no meio da terra e um mês num contentor com outras famílias. Quero que isto acabe”, relata M.S., um homem de 42 anos, do Iraque, num testemunho recolhido pela organização católica.

Shannon Pfohman, diretora de Política e Advocacy da Cáritas Europa, considera “impróprio dos valores Europeus, da dignidade humana e da solidariedade, deixar pessoas vulneráveis a viver o ano inteiro em campos improvisados, imundos ou em estruturas de acolhimento sobrelotadas e sem segurança”, com falta de serviços básicos e de higiene.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados também reportou sobre a violência sexual e o assédio alarmantes contra mulheres e crianças que vivem nos campos.

OC

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Agência ECCLESIA

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