Encontro de três dias decorre em Estrasburgo
Estrasburgo, França, 30 mai 2016 (Ecclesia) – A dignificação das prisões vai estar em debate entre hoje e quarta-feira, num Encontro Europeu de Capelães Prisionais em Estrasburgo, França.
O Papa enviou esta tarde uma mensagem aos participantes, através do secretário de Estado do Vaticano, na qual elogia todos os que se empenham em “defender a dignidade humana” dos reclusos.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) destaca a importância desta temática, com “a consciência da tragédia humana e social” que advém de toda a prática criminosa.
O padre português Duarte da Cunha, secretário-geral do CCEE, dá como exemplo “o uso impróprio da religião ao serviço da violência e por vezes do terrorismo”, que marca os tempos atuais.
Recorda no entanto, que a missão da Igreja Católica é conceder a todos “a misericórdia que leva à descoberta de que uma é possível uma nova vida”.
"O trabalho pastoral dos capelães parte do amor incondicional por todas as pessoas e pela sua dignidade. A condenação dos crimes fica para os tribunais”, refere o sacerdote.
Promovido em parceria pelo CCEE, pela Missão Permanente da Santa Sé ao Conselho da Europa e pela Comissão Católica Internacional da Pastoral das Prisões, o Encontro Europeu de Capelães Prisionais deverá contar com 60 representantes de 23 países.
A iniciativa está incluída no Ano Jubilar da Misericórdia que a Igreja Católica está a assinalar e cujo programa prevê um Jubileu dos Presos, marcado para dia 6 de novembro em Roma.
O presidente da Comissão Católica Internacional da Pastoral das Prisões lembra o contexto difícil de várias cadeias em todo o mundo, onde os presos vivem “isolados” do resto da sociedade, em espaços “sobrelotados”.
Pessoas que estão “órfãs de atenção e encontro” e que permanecem sem “respostas para as suas necessidades espirituais”, frisa Brian Gowans.
Para o religioso, é esta realidade que “encoraja a processos de radicalização pessoas que, frequentemente, não têm mais outra forma de ocupar o tempo”.
É dever dos capelães “estar na primeira linha não apenas da luta contra toda e qualquer forma de radicalização, mas também na identificação e defesa dos direitos fundamentais dos presos, que incluem o exercício da sua própria religião”, recorda Brian Gowans.
JCP/OC