Europa: Bispos criticam liberalismo económico

Conselho das Conferências Episcopais alerta para tentativas de marginalizar comunidades católicas

Lisboa, 01 out 2012 (Ecclesia) – O Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) lançou hoje críticas ao que classifica como “graves derivas” do liberalismo económico e do “libertarismo” ético no continente, lamentando ainda as tentativas de marginalizar a Igreja Católica.

“Interrogamo-nos sobre a finalidade das atitudes de incómodo e sistemático descrédito que exprimem intolerância, por vezes também de discriminação e incitamento ao ódio, em relação à fé e à doutrina cristã e, portanto, aos cristãos”, refere uma mensagem das presidências do CCEE.

O texto é divulgado após a reunião plenária que decorreu de quinta-feira a domingo na cidade suíça de Sankt Gallen, encontro que contou com a presença de D. José Policarpo, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), sobre o tema ‘Os desafios do nosso tempo: aspetos sociais e espirituais’.

O comunicado final, enviado à Agência ECCLESIA, sustenta que as culturas laicas “não devem olhar com suspeita para a mensagem cristã, que desde sempre abre a asa da fé e a asa da razão”.

“Queremos recordar que o cristianismo é cada vez mais atual e oferece a todos o seu património de atualidade perene porque proclama um humanismo personalista e comunitário”, pode ler-se.

Os bispos católicos apontam o dedo à “tentativa de redesenhar os fundamentos naturais da sociedade, como a família ou a convivência das diversas tradições históricas e religiosas”.

Os responsáveis pelos episcopados da Europa destacam também o “desafio da evangelização” em vésperas do Ano da Fé (outubro de 2012-novembro de 2013), convocado por Bento XVI.

“A Igreja, dando testemunho da verdade da fé, participa no debate cultural e social com o seu próprio património de sabedoria e de cultura, apresentando as elaborações da reta razão”, assinalam os prelados.

A voz dos católicos, destaca o texto, é vista por alguns, no entanto, como “incómoda” e acusa de “intolerância ou obscurantismo, sentida como perigosa porque é uma voz livre que não se cola a interesses nem está disposta a ceder a chantagens”.

O documento alerta para a “grave situação” dos católicos na Bósnia-Herzegovina, pedindo que “a sua liberdade seja garantida”.

O CCEE inclui 33 organismos episcopais, sob a presidência do cardeal Péter Erdo, arcebispo de Budapeste e primaz da Hungria; o secretário-geral é o padre português Duarte da Cunha.

OC

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Agência ECCLESIA

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